De “O Silêncio dos Inocentes” a “Meu Pai”, Caio Pimenta analisa quais as melhores e piores indicações de Anthony Hopkins no Oscar.

6. AMISTAD 


Em 1998, o Anthony Hopkins foi indicado a Melhor Ator Coadjuvante por “Amistad”. 

A estrela britânica, ao lado de Djimon Hounsou, é o que o drama repleto de excessos e maniqueísta do Spielberg tem de melhor. O Hopkins oferece toda a grandeza necessária para interpretar John Quincy Adams, sexto presidente da história dos EUA e defensor do fim da escravidão. 

Apesar da boa atuação, a derrota para o Robin Williams, de “Gênio Indomável”, foi justa. 

5. DOIS PAPAS 


O Hopkins rompeu um hiato de 22 anos sem indicação em 2020 ao ser nomeado novamente em Melhor Ator Coadjuvante por “Dois Papas”. 

No longa do Fernando Meirelles, o britânico forma uma dobradinha irresistível com o Jonathan Pryce. A leveza deste como o futuro Papa Francisco contrasta ao mesmo tempo em que combina com o tom mais formal de Hopkins ao fazer Bento XVI.  

Ele, entretanto, acabou sendo derrotado pelo Brad Pitt, de “Era uma vez em Hollywood”.  

4. NIXON 

“Nixon” marca o fim do momento espetacular da carreira do Hopkins nos anos 1990 e rendeu a terceira indicação dele ao Oscar. 

Carregar um filme com mais de três horas de duração com um personagem nada carismático, durão, desajeitado e de péssima lembrança para o público mundial, especialmente, norte-americano não era missão fácil. Hopkins, entretanto, domina a cena e cria uma figura complexa e cheia de nuances para Richard Nixon. 

Em 1996, ele perdeu a disputa de Melhor Ator para o Nicolas Cage, de “Despedida em Las Vegas”. Aqui, ainda que prefira o Hopkins, não vejo como um resultado absurdo. 

3. VESTÍGIOS DO DIA 

Que coisa linda é a interpretação do britânico em “Vestígios do Dia”, terceiro colocado desta lista. 

No longa comandado pelo James Ivory, ele interpreta um mordomo criado para servir e realizar sua função da melhor forma possível mesmo que isso custe o direito de ter a própria vida. 

O Hopkins angustia o público como um sujeito bondoso e dedicado que se anula completamente, vivendo em eterno sofrimento que nunca chega a explodir, mas, está ali de forma óbvia.

É uma das interpretações mais sofridas já vista nos cinemas. 

Pelo drama britânico, ele foi indicado ao Oscar de Melhor Ator em 1994, porém, perdeu para o Tom Hanks, de “Filadélfia”, outra atuação grandiosa. 

2. MEU PAI 

A mais recente indicação e vitória do Anthony Hopkins veio por “Meu Pai”. 

Fazendo um sujeito perdendo a noção de tempo e espaço por conta do Mal de Alzheimer, o Anthony Hopkins, outra vez, nos conduz a uma jornada de angústia e dor por ver o personagem definhar sem possibilidades de salvação.

A triste cena final sintetiza toda essa jornada merecedora do Oscar em 2021. 

Com a vitória, o Hopkins se tornou o ator mais velho da história a levar um prêmio da Academia. 

1. O SILÊNCIO DOS INOCENTES 

Anthony Hopkins em cena de

A maior indicação do Hopkins ao Oscar não podia ser diferente. 

São pouco mais de 20 minutos em cena, mas, foram suficientes para Hannibal Lecter ser eternizado na história do cinema como um dos maiores vilões da história em “O Silêncio dos Inocentes“.

A elegância e o tom de voz adotado por Hopkins combinados à inteligência do personagem seduzem não apenas Clarice Starling como o público que, ao mesmo tempo, o teme e o admira.

Oscar mais do que merecido em 1992. 

O Anthony Hopkins ainda interpretou o personagem duas vezes no cinema: a primeira no horroroso “Hannibal”, do Ridley Scott, e a segunda no divertido “Dragão Vermelho”, do Brett Ratner. 

A MAIOR ESNOBADA 

Agora, qual foi a maior esnobada sofrida pelo Hopkins no Oscar? 

Poderia “O Homem Elefante”, “Magia Negra” ou até mesmo “Lembranças de um Verão”, porém, eu vou mais lá atrás. 

Não seria nada absurdo ver o Anthony Hopkins ainda garoto indicado em Melhor Ator Coadjuvante no Oscar de 1969 por “O Leão no Inverno”.

Afinal, ele consegue se sair bem ao lado de gigantes como Peter O´Toole e Katharine Hepburn sempre forte em cena quando aparece como o filho da dupla. Dos três irmãos da trama, é o que mais se destaca fácil. 

Em 1969, quem venceu a categoria foi o Jack Alberton, por “A História de Três Estranhos” em uma categoria de concorrentes nada animadores. Tinha espaço tranquilo para o Hopkins. 

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