De Oliver Stone, por “Nascido em Quatro de Julho”, a Steven Spielberg, de “O Resgate do Soldado Ryan”, Caio Pimenta analisa o TOP 10 dos vencedores do Oscar de Melhor Direção nos anos 1990.

10. MEL GIBSON, por “CORAÇÃO VALENTE” 

Abro essa lista colocando o Mel Gibson na décima e última posição. Ele venceu o Oscar em 1996 por “Coração Valente”. 

O drama de época sobre o herói escocês William Wallace é o filme mais comportado da carreira do Mel Gibson na direção. O astro faz um trabalho bem-feito, mas, convencional com destaque apenas nas boas cenas de ação. Comparando com obras como “A Paixão de Cristo”, “Apocalypto” e “Até o Último Homem”, é uma produção menor. 

O ano também foi dos mais fracos na categoria de direção: os dois potenciais rivais dele na disputa, o Ang Lee, por “Razão e Sensibilidade”, e Ron Howard, de “Apollo 13”, foram esnobados. Com isso, o caminho se abriu para o Mel Gibson. 

9. ROBERT ZEMECKIS, por “FORREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS” 

A nona posição fica com o Robert Zemeckis, diretor vencedor do Oscar em 1995 por “Forrest Gump”. 

O Robert Zemeckis consegue aliar muito bem o drama com a aventura de obras como “De Volta Para o Futuro” e “Uma Cilada Para Roger Rabbit” e uma pitada de comédia vinda de “A Morte Lhe Cai Bem”. A capacidade de coordenar uma obra com tantos personagens, efeitos visuais impressionantes e hábil na utilização de fatos históricos faz do trabalho um dos melhores da carreira do diretor. 

Mesmo assim, essa vitória do Zemeckis é próxima do absurdo: afinal de contas, ele venceu o Quentin Tarantino e o brilhante trabalho dele em “Pulp Fiction”. 

8. ANTHONY MINGUELLA, por “O PACIENTE INGLÊS” 

Remetendo ao cinema clássico, o Anthony Minguella conquistou o Oscar de Melhor Direção em 1997 por “O Paciente Inglês”. Pode até não ser um trabalho autoral daqueles que a gente já observa a assinatura do cineasta de primeira, porém, Minguella cria um drama muito bonito de personagens ricos com uma narrativa conduzida de forma precisa. 

Gosto demais dos trabalhos do Joel Coen, em “Fargo”, e do Milos Forman, em “O Povo Contra Larry Flynt”, mas, admiro demais esse tom clássico e elegante do Minguella. Para mim, é um prêmio justo. 

7. KEVIN COSTNER, por “DANÇA COM LOBOS”  

Em 1991, o Kevin Costner entrou para a história do Oscar: ele se tornou um dos raros casos de diretores estreantes a levar o prêmio da categoria. 

Em “Dança com Lobos”, impressiona como o Costner, marinho de primeira viagem na função, consegue conduzir a dimensão épica tanto da produção com seus cenários gigantescos quanto da própria história com mais de 3h30 de duração com tamanha destreza.  

Costnet superar o Coppola que disputava pelo terceiro e mais fraco capítulo de “O Poderoso Chefão” vai lá, agora, superar o Martin Scorsese, de “Os Bons Companheiros”, é inaceitável. Uma das maiores injustiças da história do Oscar. 

6. OLIVER STONE, por “NASCIDO EM QUATRO DE JULHO” 

O Oliver Stone conquistou o segundo Oscar da carreira em 1990 por “Nascido em Quatro de Julho”, drama de guerra estrelado pelo Tom Cruise. 

Apesar de rondar a guerra do Vietnã como aconteceu em “Platoon”, o Oliver Stone expande o tema ao relacionar as raízes da violência e do aspecto bélico dos EUA já na infância do protagonista passando pelo trauma do conflito armado até a redenção de uma nova etapa. Tudo isso com a forma bastante incisiva e politizada do diretor. 

Eu sou muito fã desta fase do Oliver Stone: era um diretor gigante, necessário que cutucava pontos incômodos da política e da sociedade americano. O auge dele veio com “JFK”, um filme pelo qual foi indicado, mas, sem sair vencedor do Oscar. Hoje em dia, é uma tristeza acompanhá-lo. 

5. CLINT EASTWOOD, por “OS IMPERDOÁVEIS” 

O Clint Eastwood já tinha sido elogiado pelo trabalho em “Bird”, porém, foi somente em 1993 que Hollywood se rendeu a ele como diretor ao sair vitorioso do Oscar com “Os Imperdoáveis”. 

Mais do que uma história muito bem contada e um elenco bem dirigido, o trabalho do Clint ganha força por subverter as raízes do faroeste, gênero clássico do cinema americano. O herói assombrado pelos fantasmas do passado contando com o apoio de um negro e prostitutas contra um xerife criminoso. Se o western sobrevive até hoje, muito se deve ao eterno Dirty Harry. 

Uma pena que o Robert Altman pelo brilhante “O Jogador” acabou não conseguindo vencer o Oscar, mas, o prêmio acabou em boas mãos. 

4. JONATHAN DEMME, por “O SILÊNCIO DOS INOCENTES 

O Silêncio dos Inocentes” dominou o Oscar em 1992 e rendeu a única estatueta da carreira do Jonathan Demme. 

Somente os imersivos closes nos rostos de Jodie Foster e Anthony Hopkins seriam suficientes para colocar Demme na quarta posição. Mas, não é só isso: a habilidade na construção das cenas de suspense como a sequência final e a dubiedade de medo e admiração tão bem explorada entre Clarice e Hannibal são trunfos explorados com sutileza e perfeição pelo diretor. 

O Jonathan Demme tinha dois concorrentes em trabalhos incríveis: o Oliver Stone, em “JFK”, e o Ridley Scott, por “Thelma e Louise”. 

3. STEVEN SPIELBERG, por “O RESGATE DO SOLDADO RYAN” 

A medalha de bronze é do Steven Spielberg, ganhador do Oscar de Melhor Diretor em 1999 por “O Resgate do Soldado Ryan”. 

Nunca uma batalha de uma guerra foi tão crua urgente, violenta, imprevisível como Spielberg realiza nos primeiros 20 minutos do filme no Dia D, na Normandia. Realizada há mais de duas décadas, a sequência segue ainda hoje perfeita. A batalha do final também é espetacular, compensando um miolo de história preguiçoso. 

2. STEVEN SPIELBERG, por “A LISTA DE SCHINDLER” 

Depois de uma série de frustrações, o Steven Spielberg encerrou o jejum sem Oscar em 1994 ao vencer por “A Lista de Schindler”. 

Desde o tema até a proposta de filmar em preto e branco, Spielberg fez “A Lista de Schindler” calculadamente para vencer, o que não é nenhum pecado. E realizou com brilhantismo: temos um diretor capaz de criar momentos fortíssimos para retratar a desumanidade do Holocausto sem cair no pieguismo ou em artifícios fáceis que, por vezes, comete. 

Era um Oscar tão previsível que trabalhos excelentes como da Jane Campion, em “O Piano”, e Robert Altman, em “Short Cuts”, ficaram em segundo plano. 

1. JAMES CAMERON, por “TITANIC” 

O primeiro lugar desta lista vai para James Cameron, vencedor do Oscar em 1998 por “Titanic”. 

A partir de um casal carismático e uma história simples, mas, bem contada, o Cameron faz da primeira parte de “Titanic” uma obra fluída, agradável de ser vista. Porém, o que alcança com um clímax sem tirar o pé do acelerador durante 1h30 na segunda metade do filme é um dos maiores feitos do cinema moderno americano. Não bastasse isso toda a luta contra os produtores nos bastidores e o grau de precisão na recriação do navio mostram que a megalomania nas mãos certas pode gerar obras-primas. 

Igual o caso do Spielberg em “A Lista de Schindler”, o Oscar do James Cameron era mais do que certo. O maior rival dele na disputa era o Curtis Hanson, do excelente “Los Angeles – Cidade Proibida”. 

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