Caio Pimenta – “Amazonas, O Maior Rio do Mundo” reencontrado

Como um filme de 1918, perdido desde a década de 1930 do século passado seria reencontrado? O impossível, entretanto, aconteceu em 2023: “Amazonas, O Maior Rio do Mundo”, clássica obra de Silvino Santos, o pioneiro no audiovisual na Amazônia, reapareceu na Cinemateca de Praga. A obra retornou ao Brasil graças ao trabalho incansável de Sávio Stoco e da nossa Cinemateca. Nos últimos meses do ano, circulou o país em sessões especiais, incluindo, uma promovida pelo Cine Set em pleno Teatro Amazonas. Um feito da dimensão da Amazônia.

Camila Henriques – Barbeheimer

Como é bom ir ao cinema (sem gente chata etc e etc)! E, gostem de Greta Gerwig e de Christopher Nolan ou não, não dá para não celebrar quando o cinema de autor encontra o público. Ver as pessoas ansiosas por um filme, vestidas com looks inspirados, planejando maratonas com esses títulos tão diferentes entre si foi lindo de ver, principalmente após anos tão incertos sobre o futuro das salas de cinema. E, ainda por cima, são dois filmaços (na minha humilde opinião etc e etc)!

Danilo Areosa – Barbeheimer

Sei que aconteceram ações relevantes no cinema em 2023 no campo social e econômico. Só que não poderia deixar de escolher o evento Barbieheimer, afinal, trouxe de volta o público em grande escala aos cinemas depois da pandemia, lotando as diversas salas disponibilizadas para os dois filmes e mostrou que o marketing ainda é um instrumento valioso a ser utilizado pela indústria cinematográfica. Se isso por si só não bastasse, Barbieheimer reuniu tribos, com um público de diferentes faixas etárias em suas salas. Coisa linda de se ver! 

Gustavo Jordan – Barbeheimer

Talvez tenha sido o momento em que mais se falou de cinema desde o fim da pandemia. Cheguei a conversar com muitas pessoas que não frequentavam o cinema com frequência e que nunca tinham cogitado assistir a dois filmes no mesmo dia, tentando participar da tendência de assistir “Barbie” e “Oppenheimer” em sequência. Claramente, será uma estratégia que as empresas tentarão repetir, mas acho difícil que algo tão orgânico como isso aconteça novamente tão cedo. De qualquer forma, foi uma vitória para o cinema. 

Ivanildo Pereira – Barbeheimer 

Não há como ser outra a escolha, a meu ver… Num ano em que o cinema ainda penou para trazer as pessoas de volta à sala escura, no qual nem os super-heróis foram aposta certa, e no qual o cinema brasileiro teve de brigar com unhas e dentes por espaço, o impacto duplo de Barbie e Oppenheimer apontou um caminho. Apesar de muito diferentes entre si, os dois filmes têm algumas semelhanças: ambos não são meros produtos da indústria – são na verdade fruto das visões bem particulares dos seus diretores. Ambos entregam experiências não exatamente do jeito que as pessoas esperavam. E os dois filmes mostraram que compensa arriscar, apoiar projetos diferenciados e, ao que parece, talvez seja isso que as pessoas vão querer mais ver no futuro. Não consegui fazer a sessão dupla do ano no mesmo dia, mas mesmo assim o impacto do “Barbenheimer”, e a força que um filme acabou dando ao outro, consolidaram um raro fenômeno de internet que veio para o bem, na minha opinião. 

LUCAS LOPES AFLITOS – BARBEHEIMER

Vou começar causando polêmica: “Oppenheimer” não teria metade do hype, bilheteria e memes se não fosse essa rivalidade saudável com “Barbie”. E digo mais: Nolan e companhia (i)limitada subestimaram muito o mundo cor de rosa da boneca. E caíram do cavalo. Os números não mentem, o sucesso não mente e as premiações, bem, elas são um caso à parte. Lógico que ambas produções ganharam e muito com esse burburinho comprado pela mídia, produtora e público. E o que esperar depois do sucesso global de dois grandes e esperados filmes lançados no mesmo dia? Prevejo dois caminhos futuros: um grande problema ou uma grande solução, todos a posteriori em salvar o cinema das bilheterias cada vez menores. O fato é que: Barbenheimer foi o acontecimento do ano e já entrou para história.

Marcos Faria – Scorsese TikToker 

É bem possível que um dos maiores cineastas de todos os tempos esteja no auge de sua popularidade graças aos vídeos que sua filha posta no TikTok, e eu acho isso lindo. 

Pâmela Eurídice – Barbeheimer 

Escolhi esse como o grande acontecimento do ano pelo burburinho que trouxe com ele: 

  1. Sessões esgotadas e filas quilométricas para entrar nas sessões; 
  2. Lookinhos rosas em contraponto a galera de preto fã do Nolan; 
  3. Fundamentalistas e machistas chorando pela visão “anti homem” de Barbie; 
  4. Maior bilheteria de uma diretora nos EUA.  

E toda essa dicotomia por dois filmes que quanto mais distante fico, mais reticências tenho.