De “A Mulher Faz o Homem” a “Anatomia de um Crime”, Caio Pimenta analisa da pior à melhor indicação da carreira de James Stewart.

5. MEU AMIGO HARVEY 

A indicação mais fraca da carreira de James Stewart ao Oscar veio em 1951. 

Em “Meu Amigo Harvey”, o ator interpreta um sujeito muito gentil que leva familiares e amigos à loucura, pois, se apresenta ao lado de um coelho gigante que parece estar apenas na sua cabeça. Atuação competente dentro do padrão carismático do astro em um filme correto. 

Na cerimônia, ele perdeu para o José Ferrer, de “Cyrano de Bergerac” em uma disputa bem equilibrada que ainda tinha o William Holden, de “Crepúsculo dos Deuses” e o Spencer Tracy, de “O Pai da Noiva”. 

4. NÚPCIAS DE UM ESCÂNDALO 

A única vitória do James Stewart no Oscar aconteceu com “Núpcias de um Escândalo”, em 1941. 

Na comédia romântica do George Cukor, o ator faz o arquétipo do bom moço dos filmes do gênero formando uma carismática dupla com a Katharine Hepburn.

A vitória, entretanto, soa mais como uma compensação à derrota do ano anterior do que por um desempenho excelente. 

Digo isso porque na categoria de Melhor Ator daquele ano tínhamos, pelo menos, duas atuações superiores: o Charlie Chaplin, de “O Grande Ditador”, e o Henry Fonda, de “Vinhas da Ira”.

Foi uma premiação exagerada. 

3. ANATOMIA DE UM CRIME 

Em 1960, o James Stewart foi nomeado pela última vez ao Oscar por “Anatomia de um Crime”. 

O ator explora a dubiedade do universo criada no ótimo drama de tribunal dirigido pelo Otto Preminger.

O ex-promotor que trabalha como advogado de um militar acusado da morte de um homem se utiliza das artimanhas, pequenas deixas para colocar dúvida na cabeça dos jurados e conseguir firmar a sua tese.

Caminhando entre a seriedade e pequenas doses de ironia, Stewart tem um dos melhores trabalhos da carreira. 

Apesar disso tudo, ele não teve a menor chance para superar o Charlton Heston, do arrasa-quarteirão daquela temporada, o épico “Ben-Hur”. 

2. A FELICIDADE NÃO SE COMPRA 

O maior filme natalino da história do cinema, “A Felicidade Não se Compra” rendeu indicação ao ator em 1947. 

George Bailey é a personificação daquilo que James Stewart era mestre em interpretar: o sujeito comum, simpático, carismático e generoso com todos ao seu redor diante de um grande e quase intransponível desafio.

Um ideal dos valores de uma sociedade que os EUA gostariam para o planeta e capaz de ser um exemplo para seus cidadãos.  

Foi uma atuação brilhante e comovente, mas, insuficiente para o James Stewart levar o Oscar. A vitória ficou com o Fredric March, de “Os Melhores Anos de Nossas Vidas”. 

1. A MULHER FAZ O HOMEM 

Se o George Bailey era o ideal do american way of life, Jefferson Smith representou o ideário das bases de um país e também a maior atuação da carreira do James Stewart indicada ao Oscar. 

Em “A Mulher Faz o Homem”, o ator ganha o espectador já no início mostrando sua pureza e encanto diante da grandiosidade de Washington e dos símbolos da democracia norte-americana.

Não demora muito para nos vermos completamente envolvidos na luta de Jefferson Smith em provar a inocência dele sempre com Stewart entregando muita paixão em cada cena. 

De maneira inacreditável, o James Stewart perdeu o Oscar para o Robert Donat, de “Adeus Mr. Chips”. Se fosse para ser derrotado que tivesse acontecido para o Clark Gable ou o Laurence Olivier. 

A MAIOR ESNOBADA – “JANELA INDISCRETA”

janela indiscreta alfred hitchcock

Não faltaram grandes atuações do James Stewart não indicadas ao Oscar: “Do Mundo Nada se Leva”, “A Loja da Esquina”, “Festim Diabólico”, “Um Corpo que Cai”, “O Homem que Matou o Facínora” são algumas delas.

Porém, a maior ausência veio da cerimônia de 1955. 

Preso a uma cadeira de rodas e em um único ambiente em quase todo filme, James Stewart brilha em “Janela Indiscreta”.

Na obra-prima do Alfred Hitchcock, o astro conduz o espectador naquele ambiente sufocante e nos faz torcer a um personagem bisbilhoteiro, de comentários ardilosos interessado na vida da vizinhança graças ao seu carisma e sua fragilidade física.

Mostra a capacidade do astro em dominar uma produção em quaisquer condições oferecidas. 

Exceto pelo Marlon Brando, de “Sindicato de Ladrões”, era possível tirar qualquer um dos outros quatro indicados para colocar o James Stewart sem grandes sacrifícios. 

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