De Martin Scorsese a Peter Jackson, Caio Pimenta apresenta mais possibilidades de filmes para disputar o Oscar 2022.
KILLERS OF THE FLOWER MOON
Depois de ver “O Irlandês” sair sem Oscar algum em 2020, o Martin Scorsese deve vir com sangue nos olhos em 2022 com “Killers of the Flower Moon”.
A produção marca um encontro histórico: será o primeiro filme do diretor com seus habituais parceiros juntos – o Robert De Niro e o Leonardo DiCaprio.
A história se passa em 1920 mostrando a investigação de assassinatos em terras indígenas e em uma área rica em petróleo. O caso foi apurado pelo FBI, órgão então recém-criada pelo governo dos EUA.
O Scorsese é sempre um nome para ficar de olho, afinal, não é todo diretor que teve seis produções indicadas a Melhor Filme no Oscar neste século.
A questão é se “Killers of the Flower Moon” consegue ficar pronto até o fim do ano. Caso ocorra, pode chegar forte nas categorias máximas e nas áreas técnicas.
O ÚLTIMO DUELO
O Ridley Scott perdeu o Oscar 2001 para o Steven Soderbergh que concorria por “Erin Brokovich” e “Traffic”, projeto pelo qual ele foi o vencedor.
Agora, você já pensou se o diretor de “Alien” e “Blade Runner” obter uma nomeação dupla no ano que vem?
Além de “House of Gucci”, o Scott pode aparecer com “O Último Duelo”. A produção mostra, como diz o título, o derradeiro conflito pela honra na França entre um cavaleiro e um escudeiro, acusado de se envolver com a esposa do patrão.
O roteiro é do Matt Damon e Ben Affleck, vencedores do Oscar por “Gênio Indomável”. O elenco conta, além da dupla, com o Adam Driver e Jodie Comer.
A única preocupação é que os últimos épicos do Ridley Scott foram “Robin Hood” e “Êxodo – Deuses e Reis”.
TEMPO
O M. Night Shyamalan foi indicado apenas uma vez ao Oscar a Melhor Filme em 2000 por “O Sexto Sentido”. Conseguirá ele voltar ao prêmio com “Tempo”?
A história mostra uma família indo viajar de férias para uma ilha tropical. Lá, porém, o tempo estranha passa mais rápido, anos durando minutos e envelhecendo rapidamente. Caberá a eles entender o que está acontecendo.
O grande dilema é o Shyamalan superar as resistências e desconfianças a ele pelo histórico de filmes divisivos, além dos preconceitos com os filmes de terror.
THE TENDER BAR
O George Clooney bem que tentou, mas, “O Céu da Meia-Noite” seguiu os caminhos dos filmes anteriores dele e passou longe das categorias principais do Oscar.
Em 2022, ele tentará voltar com “The Tender Bar”, drama baseado no livro de memórias de J.R. Moehringer trazendo a busca do escritor por uma figura paterna entre os clientes do bar do tio dele.
O Ben Affleck, Tye Sheridan e Christopher Lloyd são os protagonistas do projeto que será uma das apostas da Amazon Studios para a temporada de premiações.
MADRES PARALELAS
O Pedro Almódovar estava sumido do Oscar até voltar com as duas indicações por “Dor e Glória”. Em 2021, porém, “A Voz Humana” ficou de fora de Melhor Curta-Metragem de Ficção.
No ano que vem, o espanhol busca o retorno ao Oscar com “Madres Paralelas”.
A produção marca uma nova parceria com a Penélope Cruz e traz a história de três mulheres que se tornam mãe no mesmo dia. Nisso, acompanhamos os dois primeiros anos de maternidade de ambas.
Caso não seja lançado no Festival de Cannes, a expectativa fica pela estreia em Veneza, onde tem sido muitos bons candidatos ao Oscar.
ANNETTE
Filme de abertura do Festival de Cannes deste ano, “Annette” é um musical dirigido pelo Leos Carax traz a história do casal vivido pelo Adam Driver, um ator de stand-up comedy, e Marion Cotillard, uma cantora da fama internacional. O nascimento da primeira filha, Annette, uma “menina misteriosa com um destino excepcional” altera o rumo da vida deles.
Apesar de ser um diretor amado pelos críticos com filmes como “Holy Motors”, o Leos Carax passa bem longe do convencional adorado pela Academia ou até mesmo de algum tipo de experimentalismo abraçado vez ou outra pela Oscar. O radicalismo dele sem muitas concessões pode afastá-lo da premiação.
Por outro lado, ser o primeiro filme dele falado em inglês ao lado de dois astros queridos por Hollywood e fazer um musical, gênero que a Academia tem uma quedinha história, pode ajudá-lo.
THE HAND OF GOD
Em 2022, o Paolo Sorrentino pode fazer o Oscar voltar para a Itália com “The Hand of God”. A produção da Netflix ainda não tem tantos detalhes assim sobre qual a história, porém, o diretor promete seu filme mais pessoal e íntimo.
Vale lembrar que, ao ser anunciado, o projeto deu a maior polêmica por conta do título: “The Hand of God” faz alusão ao célebre gol de mão do Maradona na Copa de 1986. O craque argentino até prometeu processar o Sorrentino, mas, o caso não foi adiante até por conta da morte do gênio em novembro passado.
O Sorrentino foi o responsável pelo último Oscar da Itália em 2014 por “A Grande Beleza”.
MEN
O Alex Garland surgiu surpreendendo a ficção científica com o ótimo “Ex-Machina”. Depois, dividiu muita gente com “Aniquilação”. Agora, ele retorna com “Men”.
Conhecida por “Estou Pensando em Acabar com Tudo”, a Jessie Buckley interpreta uma mulher viajando para o interior da Inglaterra sozinha após a morte do marido. Pouco se sabe mais sobre o projeto; há quem aponte se tratar de um terror de baixo orçamento como o próprio Garland havia prometido fazer tempos atrás.
“Men” é produzido pela A24, o estúdio preferido dos cinéfilos na atualidade. Então, deve vir coisa boa por aí e, quem sabe, chegando no Oscar.
APOLLO 10 ½
Quem acompanha o canal sabe o quanto eu gosto do Richard Linklater. O diretor já deveria ter vencido um Oscar de direção ou roteiro há muito tempo seja com a trilogia “Antes do Amanhecer” ou com “Boyhood”.
Em 2022, ele aposta na animação com “Apollo 10 ½” No filme, o Linklater traz um clássico coming of age, aqueles longas sobre amadurecimento da adolescência para a vida adulta, justo durante a missão da chegada do homem à Lua. Jack Black e Zachary Levi estão confirmados no elenco de dubladores.
A produção é da Netflix que tenta a primeira vitória em Melhor Animação.
THE BEATLES: GET BACK
Para fechar, temos o Peter Jackson disposto a levar o Oscar de Melhor Documentário.
Em “The Beatles: Get Back”, acompanharemos o turbulento processo de gravações do último álbum da banda e a apresentação especial feita no telhado da gravadora Apple Corps. O diretor teve acesso a 58 horas de material inédito e promete novidades até para quem acha que conhece tudo dos Beatles.
O Peter Jackson segue se aventurando pelo documentário desde o fim da trilogia “O Hobbit”. O diretor já havia comandado o elogiado “Eles Não Envelhecerão”, mas, não chegou a ser nomeado. Quem sabe eles não corrigem este erro em 2022?