De Sally Field a Cher, Caio Pimenta apresenta o TOP 10 dos maiores momentos da história do Oscar na década 1980. 

10. CRIAÇÃO DA CATEGORIA DE MAQUIAGEM 

Em 1980, o time de maquiagem de “O Homem Elefante”, clássico do David Lynch, fez um trabalho sensacional que entrou para a história do cinema.

Porém, na época, o Oscar não tinha uma categoria específica para o setor; somente prêmios especiais eram concedidos para a área. 

Pressionada, a Academia decidiu para o Oscar 1982 o prêmio de Melhor Maquiagem. A primeira edição teve apenas dois concorrentes: a ficção científica “Heartbeeps” e o vencedor justíssimo “O Lobisomem Americano em Londres”.  

Até o Oscar de 2019, apenas três produções concorriam na categoria. Este número passou para cinco a partir do ano passado. 

9. RECORDE DE VITÓRIAS DE KATHARINE HEPBURN 

A Katharine Hepburn podia não dar as caras no Oscar, porém, isso não impedia a Academia de fazê-la uma das maiores vencedoras da história do evento. 

Em 1969, ela já havia se tornado a maior ganhadora em Melhor Atriz com três estatuetas ao levar por “Um Leão no Inverno”.

Porém, em 1982, ela ampliou a marca ao chegar ao quarto Oscar por “Num Lago Dourado”. 

Demorou quase quatro décadas para a Hepburn ser ameaçada de fato: a Frances McDormand está hoje com três Oscars da categoria. O último, claro, conquistado por “Nomadland”. 

8. A VITÓRIA DE HAING S. NGOR 

Apenas dois atores não profissionais venceram o Oscar em toda a história: Ambos foram em ator coadjuvante: o primeiro aconteceu em 1947 com Harold Russell, de “Os Melhores Anos de Nossas Vidas”, e o segundo foi o Haing S. Ngor, de “Os Gritos do Silêncio”, no Oscar 1985.  

No filme, ele interpreta um personagem que remete à própria história de fuga, perdas e sacrifícios para escapar da morte e da perseguição do regime totalitário no Camboja.

Ao receber o Oscar, o Ngor mostrou aparente surpresa e a comemoração com os olhos brilhando de orgulho e felicidade são emocionantes. 

7. O FIM DO JEJUM DE GERALDINE PAGE 

Antes da Glenn Close, a Geraldine Page sofreu nas mãos da Academia: a atriz disputou sete vezes o Oscar e perdeu todas elas ao longo de três décadas. A vitória somente veio em 1986. 

Em “O Regresso Para Bountiful”, ela vive uma senhora cansada de viver em seu apartamento e desejando voltar para uma última visita à cidade onde morava na infância.

Ao ser anunciada, a Geraldine Page foi ovacionada pela plateia no Dorothy Chandler Pavilion. 

E a disputa naquele ano tinha nomes pesados como a Meryl Streep, de “Entre Dois Amores”, e a Whoopi Goldberg, de “A Cor Púrpura”. 

6. PRIMEIRA VITÓRIA DA ARGENTINA

Tirando um prêmio para a Costa do Marfim e outro para a Argélia, o Oscar de Melhor Filme em Língua Não-Inglesa era dominado pelos europeus. Em 1986, a estatueta dourada, porém, veio para a América do Sul. 

Dirigido por Luiz Puenzo, “A História Oficial” ganhou a categoria trazendo a história de uma família que passou anos sem se importar com a violenta ditadura argentina.

A situação só muda quando uma amiga deles retorna do exílio. A Academia nem quis fazer muito suspense para o anúncio do ganhador ao colocar a estrela do filme, a Norma Alejandro, para apresentar a categoria. 

A América do Sul ganhou o Oscar mais duas vezes: novamente com a Argentina, em 2010, com “O Segredo dos Seus Olhos”, e oito anos depois com o chileno “Uma Mulher Fantástica”. 

5. A VITÓRIA DE MARLEE MATLIN 

Em 1987, o Oscar de Melhor Atriz foi para a Marlee Matlin, de “Filhos do Silêncio”.

Seria uma conquista já memorável por ter sido o primeiro trabalho dela como intérprete nos cinemas, mas, o feito é ainda maior por ela ter se tornado a única pessoa até hoje deficiente auditiva a vencer as categorias de atuação.

O discurso de agradecimento foi feito em linguagem de sinais com tradução do William Hurt. 

Vale lembrar que o Hurt era o namorado da Marlee na época e os dois se conheceram justamente nos bastidores de “Filhos do Silêncio”.

Recentemente, a atriz revelou que o ator tinha um comportamento abusivo e chegou a menosprezá-la horas depois dela ter vencido o Oscar. 

4. PARTICIPAÇÕES DE CHER 

Nos anos 1980, nenhuma outra estrela de Hollywood brilhou mais no Oscar do que Cher. 

A primeira indicação dele aconteceu em 1984 por “Silkwood”, mas, perdeu para Linda Hunt, de “O Ano que Vivemos em Perigo”.

Mas, foi em 1986 que ela roubou a cena: mesmo sem ser nomeada, a Cher dominou a repercussão pública por conta do vestido preto espalhafatoso e de barriga de fora, algo raro entre as estrelas da premiação.

Dois anos depois, a estrela, finalmente, obteve a sua estatueta de Melhor Atriz com “Feitiço da Lua”, subindo ao palco com um vestido ousado pela transparência. 

Os únicos que não gostaram disso foram os fãs da Glenn Close, nomeada pelo ótimo desempenho dela em “Atração Fatal”. 

3. OS OSCARS DE HENRY FONDA 

Henry Fonda estrelou clássicos como “Vinhas da Ira” e “12 Homens e uma Sentença”, porém, levou mais de quatro décadas para poder ganhar um Oscar. E isso veio nos anos 1980. 

A primeira estatueta veio pelo conjunto da obra em 1981. Andando com ajuda de bengala, Fonda recebeu o prêmio das mãos de Robert Redford e foi ovacionado.

O discurso de agradecimento foi breve. No ano seguinte, o astro, finalmente, conseguiu vencer em Melhor Ator por “Num Lago Dourado”, seu derradeiro trabalho nos cinemas. 

Infelizmente, ele já estava bastante doente e quem recebeu a estatueta foi a filha Jane Fonda. Um Oscar justo, mas, que, cá entre nós, poderia ter vindo muito, muito antes. 

2. O DISCURSO DE SALLY FIELD

Em 1980, a Sally Field ganhou o Oscar de Melhor Atriz pelo excelente desempenho em “Norma Rae”. Apesar de justo, muita gente torceu o nariz para a conquista pelo fato dela ter uma carreira marcada por comédias ou filmes pouco expressivos. 

Cinco anos depois, ela voltou a vencer a categoria pelo desempenho em “Um Lugar no Coração”. E demonstrou um grande alívio. 

No discurso de agradecimento, Sally Field admitiu que, no primeiro Oscar, sentiu dúvidas por parte da indústria se era merecedora mesmo do prêmio até por ter uma carreira não muito tradicional.

Porém, com a segunda estatueta, ela estava mais segura e disse por duas vezes a célebre frase: ‘vocês gostam de mim’, ‘vocês gostam de mim’. 

A frase ficou tão célebre que foi usada em comerciais, séries e filmes, ou seja, virou um meme. 

1. O FIASCO DE 1989 

O Oscar nos anos 1980 foi sofrível: muitos vencedores meia-boca em uma época em que o cinema americano esqueceu o trabalho autoral dos grandes diretores da Nova Hollywood para abraçar a era dos blockbusters. Nada mais simbólico do que o maior momento da cerimônia na década tenha sido um dos pontos mais baixos da história da premiação. 

No Oscar 1989, a cerimônia não teria um apresentador(a) fixo e seria marcada por números musicais pontuando a premiação. De cara, o desastre veio com uma Branca de Neve de voz aguda irritante para seguir literalmente as estrelas do show. Depois, vieram números com coreografias cafonas e figurinos bregas para culminar na presença de Rob Lowe, ator alvo de um escândalo na época por ser flagrado em um vídeo fazendo sexo com uma garota de 16 anos. Na festa, ele teria um encontro com a Branca de Neve cantando “Proud Mary” adaptando os versos para o mundo do cinema. Mais constrangedor impossível. 

Para piorar, a Disney entrou na Justiça contra a Academia pelo fato da entidade não ter pedido autorização para usar a Branca de Neve na cerimônia.  

Outro número musical vergonhoso aconteceu mais adiante na festa com estrelas promissores de Hollywood pagando mico cantando, dançando e atuando. Não dá nem para dizer que dava para ficar com sono porque a vergonha alheia era maior. 

Foi algo tão embaraçoso que 17 estrelas de Hollywood, entre elas, Julie Andrews, Billy Wilder e Paul Newman, assinaram uma carta protestando contra a ridícula cerimônia. O produtor da festa, Alan Carr, foi quem mais se deu mal: nunca mais trabalhou em Hollywood. 

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