O mundo do cinema precisou procurar novos caminhos com a pandemia da COVID-19. De alternativa ou segunda opção, o meio online tornou-se fundamental para festivais, eventos de mercado, longas e curtas-metragens chegarem ao público após a impossibilidade de encontros presenciais e salas fechadas.

O audiovisual do Amazonas seguiu a mesma trilha com uma série de webséries. Produzidas graças aos editais das prefeituras municipais e do governo estadual através das verbas da Lei Aldir Blanc, os projetos estão disponíveis na web e geraram centenas de empregos seja na pré, produção e pós, movimentando toda a cadeia produtiva do setor.

Sobre os mais diversos temas e formatos, as webséries de ficção ou documentário podem conquistar um público raro graças ao alcance de plataformas como o YouTube. O Cine Set apresenta algumas delas neste post especial:

“ARAPUCA”

Fruto dos cursos da Amacine, organizados por Zê Leão, Wagner Santinny retorna ao audiovisual após “Poraquê”. O diretor comanda “Arapuca”, um suspense com um elenco formado por jovens atores.

A produção acompanha a história de seis amigos que juntam dinheiro para realizar uma viagem; mas uma tragédia cercada de mistérios muda tudo.

Sarah Margarido, Marcos Santtini, Enderson Zanha, Cris Jardim e Júnior Scarter integram o grupo de atores do projeto. A direção de fotografia fica por conta de Thiago Alencar e figurino é de Simone Alencar.

“Produzir uma websérie em meio ao caos pandêmico foi desafiador ao extremo; ainda por cima uma produção totalmente independente”, declarou Santinny. A data de lançamento ainda não foi divulgada.

“Café & Quadrinhos” e “É de Criativo”

Formado por ganhadores do Amazonas Film Festival como Diogo Nogueira, Emerson Medina, Leonardo Mancini e Rod Castro, o coletivo Planos em Sequência investiu pesado nas webséries com quatro projetos para o formato. O primeiro deles foi “Café & Quadrinhos” sobre o setor de HQs no Amazonas com entrevistas de nomes importantes do setor como Mário Adolfo, Ademar Vieira, Paulo Yonami, Romahs Mascarenhas, além do Clube dos Quadrinheiros de Manaus. Em seguida, veio “É de Criativo”, voltada para o mercado publicitário e conta a trajetória do publicitário e ex-proprietário da Oana Publicidade, Edmar Costa. Os 10 episódios já estão no ar.

Em breve, o Planos em Sequência lança mais duas webséries: a primeira será focada nos premiados nas categorias de roteiro do Amazonas Film Festival. Nomes como Sérgio Andrade, Aldemar Matias e Flávia Abtibol contam suas experiências e processos de criação nos episódios. Depois, virá um projeto sobre Joaquim Marinho e os cinemas do maior agitador cultural da história do Amazonas.

“Cheguei em Manaus em 1981 e a minha primeira lembrança foi uma sessão de “E.T” no Cinema Novo. Assisti ao filme sentado no chão da sala lotada no colo de alguém. Sem dúvida, o Marinho foi o grande formador de cinema que minha geração teve”, disse Rod Castro.

“Cantos da Amazônia”

Produtora do premiado “Ex-Pajé” e fundadora da Banksia Filmes, a experiente Carolina Fernandes retorna com a websérie “Cantos da Amazônia”. O projeto mantém o foco dos projetos dela dedicados ao meio ambiente e a conservação da fauna e flora da região. 

Segundo Carolina, a ideia de ‘Cantos da Amazônia’ é antiga e se baseia na vontade compartilhada pela equipe de contar histórias de forma leve e instrutiva, mas com rigor científico.

“A filmagem foi feita principalmente em Manaus e seus arredores, com uma equipe reduzidíssima. Tivemos no máximo três pessoas nas gravações em campo, mas grande parte das imagens contavam com duas pessoas ou mesmo apenas o diretor de fotografia, em função da necessidade de isolamento social gerada pela pandemia”, disse. Ao todo, o material foi gravado em cerca de 15 dias e levou mais dez dias para ser editado.

A websérie teve uma live de lançamento realizada no início de fevereiro com as presenças da apresentadora da Globo News, Aline Midlej, o apresentador e coordenador científico Mário Cohn-Haft, o diretor de fotografia Marcos Amend e a assistente científica Priscilla Diniz.

“Ciclos 360”

Anderson Mendes foi um dos maiores vencedores do Amazonas Film Festival ao sair premiado com os documentário “A Incrível História de Coti – O Rambo do São Jorge” e “Picolé do Aranha”. Agora, ele traz “Ciclos 360”, projeto já disponível no YouTube da produtora Branca3Filmes.

A história conta como é a relação de quatro ribeirinhos com o meio ambiente nas comunidades das cidades do Careiro da Várzea, Manaquiri, Iranduba e Manacapuru, no Amazonas. Numa verdadeira viagem imersiva ao universo ribeirinho, os costumes e tradições locais são retratados em cada episódio, assim como suas lutas e interações com o meio em que vivem e sobrevivem, além de retratar os desejos e anseios de cada um com relação ao futuro.

“Com todo o suporte do edital, pudemos viajar e conhecer grandes personagens do nosso estado, quando conhecemos pessoas como o seu João Farias, um talentoso carpinteiro naval na cidade de Manaquiri, a dona Raimunda Custódio, pescadora artesanal na comunidade do Divino Espírito Santo no Careiro da Várzea, a jovem artesã Kamilla Brito da Vila de Paricatuba no Iranduba e o cirandeiro Victor Freitas de Manacapuru” relata Anderson em menção aos personagens que protagonizam cada um dos episódios.

“Endemia”

Produção híbrida entre documentário e ficção, “Endemia” foi produzida por artistas independentes de Manaus, contando com profissionais na área do teatro e do audiovisual. As filmagens foram feitas à distância, nas casas dos atores sob a direção e roteiro de Diogo Ramon.

Dividido em cinco episódios que retratam doze meses, a websérie apresenta questões vivenciadas durante o isolamento social, como as dificuldades financeiras, a rotina cansativa e a relação à distância por meio das novas tecnologias.

“Endemia” está em exibição na TV Ufam dentro do programa Cine Narciso Lobo e foi indicada na categoria ‘Melhor produção audiovisual com temática e preocupação ambiental’, no Festival de Audiovisual Cawcine.

“Rebujo Negro”

Espaço cultural localizado no bairro de São Raimundo, na zona sul de Manaus, o Vila Vagalume anunciou o fim das atividades no último dia 7 de abril. Antes disso, porém, o espaço abrigou a websérie “Rebujo Negro”.

Idealizada e dirigida pelo cantor, compositor e produtor audiovisual Andreas Dominique, a obra conta a história de cinco artistas que se reconhecem como afro-ameríndios como Gean Melo, Marcela Ruanne, Vivian Gramophone, Ramon Marola e Karen Francis. Eles compartilham suas experiências de vida artística em Manaus e as possibilidades de ter a arte como meio de vida.

“O Rebujo é um fenômeno natural que acontece nos rios, quando algum obstáculo se impõe, atrapalhando o curso natural da água, causando desordem e revolta em determinado trecho do rio. Comparo esse fenômeno com o apagamento histórico que se deu através de diversas formas de opressão ao longo da colonização e escravização dos povos negros e indígenas”, declarou Andreas.

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