Quem disse que o Amazonas ficará de fora do maior evento de cinema do planeta em 2023? Adanilo representa o Estado no Festival de Cannes 2023 com “Eureka”. A coprodução entre Argentina, EUA, México e Portugal dirigida pelo argentino Lisandro Alonso traz o ator amazonense no elenco ao lado de nomes como Viggo Mortensen (“O Senhor dos Anéis” e “Green Book”), Chiara Mastroianni (“Persépolis“) e Luísa Cruz (“As Mil e uma Noites – Volume 2”).

Com exibição prevista para a seção Cannes Premiere fora das mostras competitivas, “Eureka” abrange um extenso período de tempo, entre 1870 a 2019, e será dividido em quatro partes. Segundo o diretor em entrevista ao site The Film Stage, a produção será focada na cultura nativa do continente americano, fazendo uma ligação entre os tempos e os continentes. Este é o primeiro filme de Lisandro Alonso em nove anos e a segunda parceria do cineasta com Viggo Mortensen – juntos, fizeram “Jauja” em 2014.

DE BERLIM A CANNES

Adanilo (ponta esq.) esteve no lançamento de “Marighella” no Festival de Berlim 2019.

Gravando o novo filme de Bruno Bini (“Trovão Sem Chuva“) em Cuiabá e também a série “Um Dia Qualquer”, do Pedro Von Kruger, no Rio de Janeiro, Adanilo falou rapidamente com o Cine Set sobre a entrada de “Eureka” na programação do Festival de Cannes 2023. “Estou tendo oportunidades louváveis de mostrar o meu trabalho em janelas que nunca imaginei. Cheguei neste filme graças ao meu trabalho no “Noites Alienígenas” e por uma indicação do diretor Sérgio de Carvalho. São as conexões que um projeto faz no outro. Será o meu segundo grande evento internacional – estive no Festival de Berlim com “Marighella” em 2019. Estou me sentindo muito realizado e espero poder ir até a França participar do lançamento”, disse.

Adanilo também falou ao Cine Set sobre a primeira experiência de trabalhar em uma produção fora do Brasil: “Trabalhar com o Lisandro foi lindo. Ele é um cara muito intenso. Estar no México também foi incrível, especialmente, por ter feito o filme ao lado de povos indígenas da região. Tudo isso foi engrandecedor para mim. A principal diferença foi mesmo no idioma, pois, estava tendo a oportunidade de conviver com uma cultura originária, ancestral de um outro lugar com outros sorrisos, posturas, costumes, uma relação diferente de tempo/espaço. Isso, com certeza, é a melhor coisa que levo de “Eureka”. Conhecer e vivenciar estas experiências é uma das melhores coisas do meu ofício e algo que me instiga como ator”.

O ANO DE ADANILO

Por “Noites Alienígenas”, Adanilo foi premiado no Festival Guarnicê e recebeu menção honrosa em Gramado.

O lançamento de “Eureka” no Festival de Cannes coroa um ano de consolidação de Adanilo dentro do mercado cinematográfico brasileiro e, agora, internacional. No mês de março, o amazonense estrelou quatro produções lançadas nos cinemas e streamings do país. Na segunda temporada de “Dom“, do Prime Video, ele interpretou um traficante, enquanto na Netflix esteve no elenco da segunda temporada de “Cidade Invisível”. Nas telonas, fez uma pequena participação em “O Rio do Desejo” e teve grande destaque em “Noites Alienígenas”, drama acreano pelo qual recebeu menção honrosa no Festival de Gramado 2022 e ganhou Melhor Ator no tradicional Festival Guarnicê, no Maranhão.

O ano ainda reserva mais Adanilo com a estreia da continuação de “Ricos de Amor“: a produção foi gravada ano passado no Amazonas e deve estrear na Netflix no segundo semestre de 2023. No longa, o ator estará ao lado dos protagonistas Giovanna Lancelotti e Danilo Mesquita. Outro novidade deve ser “Castanho”, estreia dele na direção de curtas-metragens.