Caio Pimenta apresenta 10 filmes das mostras competitivas do Festival de Gramado 2021 imperdíveis.
A SUSPEITA
Vamos começar com a categoria de Longas-Metragens brasileiros. O primeiro é o filme de abertura “A Suspeita”. Dirigido pelo Pedro Peregrino, o suspense traz a Glória Pires de protagonista.
No filme, ela interpreta uma veterana investigadora da polícia que, de uma hora para outra, se vê como a principal suspeita da morte de um escritor responsável pela biografia de um traficante. Nesta confusão toda, ela ainda descobre ter Mal de Alzheimer.
HOMEM ONÇA
O Chico Diaz pode ganhar o segundo prêmio de Melhor Ator no Festival de Gramado com “Homem-Onça”.
A produção comandada pelo Vinicius Reis traz o ator como um funcionário de uma companhia de gás privatizada que precisa demitir seus colegas e também se aposentar. Ele decide voltar a morar na cidade natal, onde descobre que a fera que habitava as matas da região na infância dele continua viva.
Filme propício em tempos de privatização dos Correios…
JESUS KID
Ganhador de Gramado com “Ferrugem” e vindo do sucesso de “O Caso Evandro”, o Aly Muritiba chega forte ao festival com “Jesus Kid”.
No filme, o Paulo Miklos interpreta um escritor que vê o personagem principal da carreira não vender mais como antes. A salvação pode se torna um roteirista de cinema.
O projeto é baseado no livro do Lourenço Mutarelli, autor do ótimo “O Cheiro do Ralo” e “Quando Era Vivo”.
CARRO REI
Exibido no Festival de Roterdã deste ano, “Carro Rei” leva a ficção científica pernambucana para o Rio Grande do Sul.
Dirigido pela Renata Pinheiro, o filme traz um protagonista chamado Uno que se comunica com carros desde a infância. Ao crescer, ele resolve revitalizar um veículo antigo que acaba por ganhar consciência e inicia uma revolta envolvendo carros e humanos.
“Carro Rei” traz o Matheus Nachtergaele no elenco e deve trazer uma bem-vinda loucura a Gramado.
O NOVELO
Os dramas familiares também darão as caras no festival e o representante maior deles é “O Novelo”.
O filme mostra cinco irmãos que recebem a notícia de que um homem que pode ser o pai deles está internado em uma UTI. No corredor do hospital, eles relembram as trajetórias enquanto fazem tricô. Literalmente.
O elenco conta com o Rocco Pitanga, André Ramiro e o Nando Cunha no longa dirigido pela Claudia Pinheiro.
ANIMAIS NA PISTA
Chegou a vez dos curtas-metragens brasileiros. Para começar, tem “Animais na Pista”, adaptação do conto “Relato de ocorrência em que qualquer semelhança não é mera coincidência”, do Rubem Fonseca.
O drama paraibano mostra as consequências de um acidente de trânsito agravada pela miséria da região. O diretor Otto Cabral conta esta história em um plano-sequência durante os quase 15 minutos de filme.
Para quem perdeu na Mostra Tiradentes deste ano, é uma boa oportunidade de assistir um filme, no mínimo, instigante.
MEMÓRIA DE QUEM (NÃO) FUI
Depois do ótimo “Aquarela”, o Thiago Kistenmacker chega a Gramado com “Memória de Quem (Não) Fui”.
O curta representando o Rio de Janeiro mostra como a morte de Marina transforma seu passado em herança. Sua memória e o retrato de sua identidade são reféns em uma disputa pelo reconhecimento de seu gênero.
STONE HEART
Claro que eu tinha que falar do cinema amazonense. Ano passado, “O Barco e o Rio” trouxe para Manaus cinco Kikitos, incluindo, Melhor Filme do Júri e do Júri Popular.
Quem tentará repetir o feito é “Stone Heart”, do Humberto Rodrigues.
A animação se passa em um mundo pós-apocalíptico em que os seres humanos se transformam em pedras, presos em seus piores vícios. A oportunidade de um recomeço surge com a presença de uma flor.
A produtora Petit Fabrik é a mesma de “Lupita no Planeta de Gente Grande”, animação exibida na TV Brasil recentemente. A empresa amazonense realizou “Stone Heart” em parceria com a Druzina Content com coprodução da KFStudios e Bacteria Filmes.
GRAN AVENIDA
Por fim, tem os filmes da mostra competitiva de longas estrangeiros. Eu começo com um chileno.
“Gran Avenida” mostra a vida de famílias com os mais diversos interesses – um homem que deseja ser pai, outro que quer passar mais tempo com a família, uma mulher que busca morar no Brasil e outra que planeja viver bem longe dali. Um celular roubado, decisões equivocadas e a falta de jeito deles faz com que os destinos de todos se cruzem.
PLANTA PERMANENTE
E chego, finalmente, em “Planta Permanente”, co-produção Argentina/Uruguai do diretor Ezequiel Radusky.
A história acompanha Lila, uma faixineira que faz sucesso por cuidar do refeitória não oficial dos funcionários de uma empresa ao lado de uma colega. Ao ter a oportunidade de administrar o local oficialmente como chefe a partir de uma reforma, a protagonista se vê alvo da inveja da amiga e a situação só piora.