De Charlize Theron a “Uma Mente Brilhante”, Caio Pimenta apresenta os maiores Oscar Baits das edições entre 2000 a 2009. 

10. WILL SMITH, POR “À PROCURA DA FELICIDADE” 

Will Smith é um dos astros mais queridos de Hollywood e, entre muitos blockbusters, arranja tempo para produções mais sérias visando uma indicação ao Oscar. Na maioria das vezes, ele fracassa como ocorreu com “Sete Vidas”, “Beleza Oculta” e “Um Homem Entre Gigantes”. Eventualmente, porém, dá certo. 

Em 2007, o astro foi indicado a Melhor Ator por “À Procura da Felicidade”. Despido de vaidades com os cabelos brancos e mais envelhecido, abatido, ele atua ao lado do filho como protagonista em um drama de superação piegas, mas, que funciona bem para seu público. 

Essa foi a última indicação do Will Smith ao Oscar. O astro vai tentar voltar ano que vem em “King Richard”, interpretando os pais das tenistas Venus e Serena Williams. 

9. CHARLIZE THERON, POR “MONSTER” 

O Oscar de Melhor Atriz na década de 2000 foi marcado por transformações visuais impressionantes. A primeira a aparecer na lista vem de 2004. 

A Charlize Theron superou estrelas como Naomi Watts e Diane Keaton para levar a estatueta por “Monster”.

No longa dirigido pela Patty Jenkins, ela se despede da vaidade ao interpretar uma mulher com o passado marcado por abusos sexuais na infância que se torna a primeira serial killer mulher dos EUA.   

8. CRASH 

O prêmio mais contestado da década foi para um Oscar bait raiz. 

Afinal de contas, “Crash” tenta se mostrar relevante ao mostrar os mais diversos tipos de preconceito e racismo em solo norte-americano reunindo um grupo de atores conhecidos do público. Porém, apesar da mensagem social relevante, a produção resvala no estereótipo e, pior, sendo superficial em tudo o que aborda. 

Comparando ao seu maior rival, “O Segredo de Brokeback Mountain”, chega a ser um acinte esta vitória.

E não há como não associar ao que ocorreu quando “Conduzindo Miss Daisy’ venceu no ano em que a Academia deixou de fora “Faça a Coisa Certa” ou preferiu “Green Book” sobre “Infiltrado na Klan”. 

7. DREAMGIRLS 

“Dreamgirls” queria surfar na onda dos musicais em alta na Academia após “Moulin Rouge” e “Chicago”. Para isso, apostou em Beyoncé, Eddie Murphy, um diretor em alta em Hollywood para chegar longe no Oscar. O resultado, entretanto, decepcionou. 

 Mesmo em um ano longe de ser dos mais fortes, o musical do Bill Condon não emplacou indicações em Melhor Filme, Direção, Ator e Atriz.

Eddie Murphy perdeu a corrida mais fácil de Melhor Ator Coadjuvante em anos.

Canção original foi ainda pior: três nomeadas derrotadas para o documentário “Uma Verdade Inconveniente”.

Jennifer Hudson foi a salvação da lavoura em Melhor Atriz Coadjuvante. 

 6. GANGUES DE NOVA YORK 

Sim, um filme do Martin Scorsese pode ser enquadrado em um Oscar bait e eu provo isso. 

O mestre chegava ao Oscar 2002 com a expectativa de que, finalmente, venceria o prêmio. “Gangues de Nova York” era o filme certo para isso ao recontar a história da maior cidade dos EUA, ainda abalada pelos atentados do 11 de setembro, através dos imigrantes irlandeses e italianos com toda a precisão técnica e a capacidade narrativa de Scorsese. Ao lado dele, o respeitado Daniel Day-Lewis e as estrelas da época Leonardo DiCaprio e Cameron Diaz. Para completar o time, ainda tinha o U2 com a canção “The Hands That Built America”. 

Isso, entretanto, não foi suficiente para convencer a Academia e, ao longo da temporada de premiações, “Gangues de Nova York” foi perdendo força para “Chicago” e “O Pianista.” No fim das contas, o Oscar bait virou Oscar failure ao ser nomeado em 10 categorias e perder todas elas. 

5. SEABISCUIT 

“Seabiscuit” entra na categoria mais irritante dos Oscars baits. 

Afinal, ver mais um filme de superação dentro do esporte com uma história nada inspirada e com um animal no meio para arrancar lágrimas à força do público não dá. Triste é ver um elenco tão bom desperdiçado desta forma. 

E pensar que “Cidade de Deus” por pouco não ficou com essa vaga em Melhor Filme… 

4. ANGELINA JOLIE, POR “A TROCA” 

Pode-se dizer que temos duas Angelinas Jolies perante a imagem pública: a primeira era rebeldia pura, enigmática e foi vencedora do Oscar em 2000 de Melhor Atriz Coadjuvante por “Garota Interrompida”. A segunda é a embaixadora da ONU, ativista social e artista politizada na direção e atrás das câmeras. 

Essa Jolie ainda não tem uma estatueta dourada e tentou com direito a Oscar bait em “A Troca”. 

No longa do Clint Eastwood, a Angelina Jolie encara uma tour de force ao interpretar uma mãe em busca do filho de 9 anos desaparecido. Ela chora, se desespera, se entrega totalmente ao papel chegando ao ponto de se exceder em alguns momentos.  

Infelizmente, “A Troca” não decola como se imagina de um filme do Eastwood e não se torna a grande obra que poderia ser. Para piorar, a Kate Winslet, por “O Leitor”, estava na frente dela na lista de prioridades da Academia que optou por premiar a britânica. 

3. UMA MENTE BRILHANTE 

Russel Crowe como John Nash em Uma Mente Brilhante

Claro que uma cinebiografia não poderia faltar em uma lista de Oscar bait. 

Em 2002, “Uma Mente Brilhante” dominou a cerimônia ao levar Melhor Filme, Direção, Atriz Coadjuvante e Roteiro Adaptado. Dirigida pelo Ron Howard, a produção atenua os pontos polêmicos da trajetória do matemático John Nash para exaltar as suas conquistas e a história de amor com a esposa. Tudo isso dentro de uma narrativa quadrada e de reviravoltas nem tão surpreendentes assim. 

Com “A Sociedade do Anel” e “Moulin Rouge” para premiar, escolher “Uma Mente Brilhante” é um erro triste da Academia. 

2. NICOLE KIDMAN, por “AS HORAS”

Nicole Kidman já era uma grande atriz no fim dos anos 1990 com ótimos trabalhos em “De Olhos Bem Fechados” e “Um Sonho Sem Limites”, mas, infelizmente, o machismo midiático de ainda associá-la ao então marido Tom Cruise acabavam por eclipsar isso. 

Em 2001, os dois se separaram justo em um ano em que a carreira da australiana disparou com trabalhos marcantes em “Os Outros” e “Moulin Rouge” pelo qual, aliás, recebeu a primeira indicação. No ano seguinte, ela conseguiu chegar à vitória com um Oscar bait daqueles. 

Igual ocorrera com Charlize Theron e Marion Cotillard, a Nicole Kidman precisou se transformar fisicamente para interpretar a célebre escritora Virginia Woolf. Com a devida prótese no nariz e entre momentos de maior fúria e outros de comedimento, ela segue a risca o manual para vencer o Oscar. 

Para mim, quem deveria ter sido indicada como principal em “As Horas” era a Julianne Moore, a melhor do elenco do filme. Mas, ela já estava na disputa por “Longe do Paraíso”. 

1. O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON 

O maior Oscar bait dos anos 2000 veio de onde menos se esperava. 

Quem diria que o diretor de filmes tensos e pesados como “Seven”, “Clube da Luta” e “Zodíaco” se entregaria a uma história de amor impossível, ambientado em diversas épocas e com um toque de fantasia em “O Curioso Caso de Benjamin Button”? O David Fincher ainda tenta escapar de remeter a “Forres Gump” ao permear a história de melancolia, o que atrapalha o filme soando, no fim das contas, sem emoção. 

Ter vencido apenas três categorias técnicas – Maquiagem, Direção de Arte e Efeitos Visuais – mostra bem a decepção que “Benjamin Button” foi no Oscar. Esperava-se vê-lo como favorito em Filme e com chances reais de render as primeiras estatuetas das carreiras do Fincher e do Brad Pitt. Passou bem longe disso. 

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