De Meg Ryan a Isabela Rossellini, Caio Pimenta lista 10 grandes atrizes nunca antes indicadas ao Oscar.

ROSSELLINI A FARROW

Verdadeiras lendas do cinema até hoje estão a ver navios no Oscar, sendo completamente ignoradas ao longo dos últimos anos.  

A Isabella Rossellini já foi vítima do bizarro tratamento dado pela Academia a “Veludo Azul”, o qual conseguiu apenas uma indicação a Melhor Direção, em 1987.

Ao lado do David Lynch novamente, não seria nada absurdo ver a diva italiana no Oscar de coadjuvante interpretando Perdita Durango em “Coração Selvagem”. Em menor grau, ainda teve a participação em “A Morte lhe Cai Bem”, de 1992.  

A Pam Grier foi um ícone da blaxploitation, mas, assim como o movimento que empoderou negros no cinema americano, foi ignorada solenemente pelo Oscar, incluindo, o grande trabalho em “Coffy”.

A maior chance dela foi com “Jackie Brown”: no longa do Quentin Tarantino, ela chegou a ser nomeada para o Globo de Ouro, porém, a Academia a preteriu, optando pelas veteranas Julie Christie e Judi Dench.  

A Mia Farrow é outro nome gigante do cinema mundial nunca indicada ao Oscar.

Oportunidades, aliás, não faltaram: ao longo da carreira, ela teve seis indicações ao Globo de Ouro e três vezes ao Bafta sempre por grandes filmes, entre eles, clássicos como “O Bebê de Rosemary”, “A Rosa Púrpura do Cairo” e “Hannah e Suas Irmãs”, além de outras ótimas parcerias com o ex-marido Woody Allen.

Simplesmente inexplicável não ter sido lembrada pela Academia. 

 DE RYAN A DIAZ

Nem toda a popularidade do mundo foi capaz de fazer estas três estrelas serem indicadas ao Oscar. 

Que o digam Meg Ryan, Demi Moore e Cameron Diaz. Em uma das maiores esnobadas da década de 90, a namoradinha da América ficou de fora de Melhor Atriz pelo delicioso “Harry & Sally”.

A Academia ficou com a Pauline Collins, por “Shirley Valentine”. Alguém lembra? Ela tentou de novo com “Sintonia de Amor” ao lado do Tom Hanks, queridinho da Academia. De novo, nada.

Depois disso, pensar em alguma lembrança por “Mensagem para Você”, “Cidade dos Anjos” e até “Em Carne Viva” seria exagerar no otimismo. 

Já a Demi Moore também foi ignorada sem explicações por “Ghost”, nomeado em Melhor Filme.

“Questão de Honra” repetiu a novela, enquanto “Proposta Indecente” e “A Letra Escarlate” ficaram abaixo das expectativas.

O estrago provocado por “Striptease” jogou a carreira da estrela tão para baixo que a maior tentativa dela emplacar no Oscar, “Até o Limite da Honra”, só foi aparecer na festa mais de 20 anos na piada infame do Chris Rock. 

A Cameron Diaz poderia ter aparecido tranquilamente na lista de 1999 com “Quem vai Ficar com Mary?”.

Exagero? Bem, a Gwyneth Paltrow venceu o Oscar daquele ano. Logo, por que não?

Depois disso, ela trabalhou com grandes nomes como Spike Jonze, Cameron Crowe e o Martin Scorsese, respectivamente, por “Quero ser John Malkovich”, “Quase Famosos” e “Gangues de Nova York”.  

 DE TAUTOU A BLUNT

Cena do cinema em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

Ser ignorada pela Academia não é um privilégio de estrelas norte-americanas ou britânicas. 

A Audrey Tautou sabe bem disso: mesmo protagonizando “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, um dos filmes europeus mais conhecidos das últimas décadas, a estrela francesa passou muito longe de ser cogitada no Oscar. Isso mesmo com a indicação ao Bafta e as cinco nomeações do filme na edição de 2002.  

“Eterno Amor” e “Coco Antes de Chanel” também foram filmes estrelados pela Audrey Tautou que chegaram a ser nomeados para o Oscar em outras categorias, mas, sem dar esta possibilidade para a atriz.  

O próximo nome é querido dos cinéfilos e merecia ter sido nomeada, pelo menos, uma vez. 

A Academia teve três oportunidades perfeitas para nomear a Julie Delpy com sua Céline da trilogia “Antes do Amanhecer”.

Poderia ter optado pela jovem cheia de vida do primeiro filme ou a mulher um pouco mais madura, mas, ainda sonhadora, ou a lidando com as crises do casamento e maternidade.

Infelizmente, o Oscar vacilou feio em todas as ocasiões. 

Discreta, a Rebecca Hall traz uma interessante carreira com vários bons filmes. Se “Vicky Cristina Barcelona”, ao lado do Javier Bardem, Scarlett Johansson e Penélope Cruz, é o trabalho mais conhecido, a atriz poderia ter sido lembrada tranquilamente pelo grande desempenho em “Christine”, uma história trágica e pouco conhecida da mídia norte-americana. 

Prestigiada pelo público e respeitada pela crítica, a Emily Blunt não consegue furar o bloqueio no Oscar. 

E não foi por falta de tentativas: primeiro com “O Diabo Veste Prada” em um papel que seria completamente deixado de lado em uma produção estrelada por Anne Hathaway e Meryl Streep, mas, em que consegue virar o jogo com muito humor e elegância.

Tentou depois nas tradicionais cinebiografias em “A Jovem Rainha Vitória”. Sem sucesso de novo. Se o musical “Caminhos da Floresta” flopou, “Sicario” até foi bem, mas, a Academia ainda se mostrava míope para heroínas do cinema de ação.   

Na esteira de “Garota Exemplar”, a Blunt buscou exemplar o fraco “A Garota no Trem”. Quando colocou todo o foco em “O Retorno de Mary Poppins” ao encarar a dura missão de interpretar a personagem-título imortalizada por Julie Andrews, viu “Um Lugar Silencioso” surpreender o planeta, levar o SAG de Melhor Atriz, mas, novamente ser ignorada no Oscar.  

A Emily Blunt joga as fichas em “Oppenheimer”, do Christopher Nolan, para tentar, quem sabe, uma vaga em Melhor Atriz Coadjuvante.