De Brie Larson a Nicolas Cage, Caio Pimenta traz uma nova lista de vencedores do Oscar que não tiveram sorte com os filmes após vitória no Oscar.

DE LARSON A REDMAYNE

A ideia para esta série de vídeos veio quando fui ao cinema assistir “Velozes e Furiosos 10” e me deparei com a Brie Larson. 

Conhecida por simpáticos filmes teens, a estrela venceu o Oscar de forma consagradora por “O Quarto de Jack”.

Dali em diante, porém, não emplacou mais nada de encher os olhos, participando de vários filmes esquecíveis como “Kong: A Ilha da Caveira”, “Capitã Marvel” e o próprio “Velozes e Furiosos”.

O correto “Loja de Unicórnios”, em que estreia na direção, foi o melhorzinho desta safra nada inspirada. 

Premiado em Atriz Coadjuvante por “A Garota Dinamarquesa”, a Alicia Vikander foi outra estrela da nova geração que ainda não se encontrou após o Oscar.

Fez produções superiores à Larson como “A Luz Entre Oceanos”, “The Glorias” e “Blue Bayou”, mas, nenhuma delas se destacou além da conta.

Por outro lado, protagonizou a furada nova versão de “Tomb Raider”, blockbuster que, cá entre nós, poderia não ter existido. 

Ganhador do Oscar de Ator Coadjuvante por “Clube de Compras da Dallas”, Jared Leto divide o tempo entre o cinema e a música com o 30 Seconds to Mars.

Nas telonas, o astro se mostra mais interessado nas transformações radicais do que na qualidade dos filmes que participa. 

Somente isso explica ter topado fazer o Coringa no bagunçado “Liga da Justiça” e o bizarro Paolo Gucci no drama do Ridley Scott. 

Ainda que esteja bem no sonolento e previsível “Os Pequenos Vestígios” e feito o excelente “Blade Runner 2049”, o Leto apelou da boa vontade do público no desastroso “Morbius”. 

Já o Eddie Redmayne fez apostas que, teoricamente, seriam certeiras.

Os resultados, entretanto, provaram o contrário, afinal, “Animais Fantásticos” ficou distante de atingir o mesmo sucesso de “Harry Potter”. Isso para não falar de “O Destino de Júpiter”, um fiasco colossal.

Longe dos blockbusters, fez uma série de filmes que não disseram a que vieram como “Os Aeronautas”, “O Enfermeiro da Noite” e até mesmo “Os 7 de Chicago”. 

O alívio poderia ser “A Garota Dinamarquesa”, mas, toda a evolução no debate público sobre a causa “LGBTQIA+” fez o drama envelhecer muito, muito mal. 

DE BERRY A PENN

Vitórias históricas no Oscar, infelizmente, não ajudaram muitos astros de Hollywood. 

A Halle Berry que o diga: primeira atriz negra a vencer a categoria máxima entre as mulheres, a estrela de “A Última Ceia” foi da glória ao fracasso ao protagonizar o horroroso “Mulher-Gato”.

Dali em diante, foi uma bomba atrás da outra, incluindo, “Noite de Ano Novo”, “Chamada de Emergência” “Para Maiores”, “O Sequestro” e “Moonfall”.

Franquias de ação como “X-Men” e “John Wick” foram os alentos de uma fase fraca. 

É importante dizer que a Halle Berry pode até ter feito escolhas realmente ruins, mas, há também que se ressaltar a dificuldade de se ter bons papéis e filmes à disposição para atrizes na faixa dos 40, 50 anos.

Se isso já é tradicionalmente complicado para mulheres brancas, imagina para uma mulher negra. Este contexto ajuda a explicar bem esta situação complicada da Halle Berry. 

O Kevin Costner também enfrentou processo parecido de queda abrupta. A consagração absoluta da carreira veio com “Dança com Lobos” em que levou Melhor Filme e Direção no Oscar de 1991.

Depois, emendou sucessos como “O Guarda-Costas” e “JFK”. Quando parecia que não havia como segurá-lo, “Waterworld” naufragou feio, tornando-se um dos maiores fracassos da história de Hollywood.

Não satisfeito, Costner dobrou a dose e quebrou a cara de novo com “O Mensageiro”. 

Depois de quase duas décadas apagados em uma série de filmes esquecíveis, o astro está tentando se recuperar com bons filmes como “Deixe-o Partir” e a série “Yellowstone”.

O sucesso da época de “Dança com Lobos”, entretanto, ainda está bem longe de acontecer novamente. 

Antes de cair em desgraça com as revelações do #MeToo, o Kevin Spacey viu rarear as boas produções no cinema logo após vencer o Oscar por “Beleza Americana”.

Exceto pelos excelentes e subestimados “A Vida de David Gale” e “Margin Call”, o ator encarou produções bem abaixo do seu reconhecido talento, entre elas, os fracos “A Corrente do Bem”, “K-Pax” e o chatíssimo “Superman – O Retorno”.

Sorte ter encontrado no meio do caminho “House of Cards”. 

Crítica: O Franco-Atirador, com Sean Penn

Já o Sean Penn até teve “A Árvore da Vida” para se salvar após o segundo Oscar por “Milk”.

De resto, uma série de filmes genéricos como “Jogo de Poder”, “Caça aos Gângsters”, “O Franco-Atirador” e obras corretas como “O Gênio e o Louco” e “A Vida Secreta de Walter Mitty”.  

Para os próximos dois atores, imagino que a expectativa pós-vitória no Oscar tenha sido frustrada. 

ZETA-JONES A CAGE

Excelente como a Velma Kelly de “Chicago”, a Catherine Zeta-Jones esteve nos simpáticos “O Terminal”, do Steven Spielberg, e “O Amor Custa Caro”, dos irmãos Coen, após vencer o Oscar como atriz coadjuvante.

Depois, não acertou mais com comédias românticas e sequências nada memoráveis.

As participações em séries como “Wandinha” e “Queen America” a salvaram do total ostracismo. 

Já o J.K Simmons mereceu cada palmo da estatueta por “Whiplash”.

Quem esperava que o Oscar o ajudasse para ir além de coadjuvante, porém, quebrou a cara: o ator permanecesse em papéis secundários e, muitas vezes, em filmes genéricos ou bem fracos como “O Exterminador do Futuro: Gênesis”, “Liga da Justiça” e o terrível “A Guerra do Amanhã”. 

Para não dizer que tudo foi ruim, o J.K Simmons esteve no ótimo “Palm Springs” e foi recentemente indicado ao Oscar com “Apresentando os Ricardos”. Para fechar a lista, um sujeito que fez tanta porcaria que virou cult. 

Só poderia ser o Nicolas Cage.

E olha que o início da trajetória pós-Oscar foi boa, incluindo, o já clássico “A Outra Face”, a parceria com o Martin Scorsese em “Vivendo no Limites”, e o inventivo “Adaptação”.

Infelizmente, o astro entrou em uma maré braba e protagonizou desastre radioativos “O Sacrifício”, “Motoqueiro Fantasma”, “O Vidente”, “Caça às Bruxas” e “O Apocalipse”. 

Foi aprendendo a rir de si mesmo que o Nicolas Cage deu a volta por cima em filmes como “Mandy”, “A Cor que Caiu do Espaço”, “O Peso do Talento” e “Renfield”.

Para mim, uma das melhores carreiras na atualidade para se acompanhar – para bem ou para o mal.