Hora de falar das mulheres neste especial sobre as cinco primeiras edições do Oscar nos anos 2020.

Se os prêmios de coadjuvantes não foram nada animadores, tivemos sim bons resultados na categoria principal.

Neste novo vídeo do Cine Set, eu faço um ranking de cada uma das duas categorias. 

5. JAMIE LEE CURTIS E JESSICA CHASTAIN

O quinto lugar tanto de Melhor Atriz quanto Atriz Coadjuvante são desempenhos bem abaixo da média, valendo-se mais do hype sobre as atrizes. 

Em 2023, a Jamie Lee Curtis aproveitou uma corrida em que nenhuma das candidatas se destacou a ponto de consolidar favoritismo.

Em uma combinação de carinho da indústria, primeira indicação tardia ao Oscar e a força avassaladora de “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, a estatueta ficou nas mãos dela por um trabalho excêntrico sim, mas, nada demais. 

Pior foi a Jessica Chastain superando Olivia Colman, Penélope Cruz e Kristen Stewart para vencer Melhor Atriz em 2022 pelo fraquíssimo “Os Olhos de Tammy Faye”.

O prestígio de uma estrela ainda sem Oscar, a dedicação na campanha e a queda da Academia por personagens biográficos contribuíram para uma estatueta que vai envelhecer bem mal. 

4. LAURA DERN E RENÉE ZELLWEGGER

Bastou um monólogo excelente sobre feminismo para a Laura Dern levar o Oscar de Atriz Coadjuvante em 2020 por “História de um Casamento”. Foi uma estatueta merecida, mas, nada marcante.   

Em um comeback muito aguardado, a Renée Zellweger levou o segundo prêmio da Academia.

Mesmo não sendo uma vitória que morro de amores, reconheço que é o desempenho dela que faz “Judy – Muito Além do Arco-Íris” não virar uma obra completamente esquecível.

Somente a cena final no palco com uma performance incrível já tornam a conquista aceitável. 

3. DA´VINE JOY RANDOLPH E FRANCES MCDORMAND

O terceiro lugar de Atriz Coadjuvante fica com a Da´Vine Joy Randolph: destaque de “Os Rejeitados”, ela foge dos padrões de atuações típicas de vencer o Oscar e encarna uma mãe em luto enquanto tem esta dor marginalizada pelo ambiente em que trabalha.

Sobrou na disputa deste ano e mereceu cada centímetro da estatueta. 

O terceiro Oscar em três indicações de Melhor Atriz da Frances McDormand veio pelo desempenho menos brilhante, mas, ainda assim, muito bom.

Em “Nomadland”, a veterana carrega uma personagem difícil, cheia de cicatrizes, mas, que busca se reerguer e seguir em frente.

Também está em um padrão de atuação rara de ser contemplada com uma estatueta e, apesar do ano muito concorrido, não dá para dizer que foi uma vitória injusta. 

2. Yuh-jung Youn E MICHELLE YEOH

Representatividade asiática no segundo lugar das listas.

Com muito humor, a Yuh-jung Youn rouba todas as cenas que participa em “Minari”.

A dobradinha com o neto rende momentos espirituosos que tiram um pouco do marasmo do drama do Lee Isaac Chung. 

Já a Michelle Yeoh fez valer toda a trajetória e respeito na indústria adquirido após décadas de serviços prestados para superar a Lydia Tár de Cate Blanchett.

Em “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, a versatilidade da atriz fica clara ao interpretar uma dezena de versões da protagonista.

Esta variedade toda, aliás, serve como um tapa na cara de Hollywood que a aproveitou mal ao longo do tempo. 

1. ARIANA DEBOSE E EMMA STONE

 

A melhor atuação vencedora de Atriz Coadjuvante nos anos 2020 até agora fica com a Ariana DeBose.

Repetindo o feito da Rita Moreno com Anita em “Amor, Sublime Amor”, a estrela de origem latina traz a explosão ao cantar e vibrar enquanto, ao mesmo tempo, oferece a lucidez em um ambiente extremamente tenso.

Vitória incontestável no Oscar 2022. 

Em Melhor Atriz, o posto cabe à Emma Stone. Ok que a estatueta deste ano poderia ter ido para as mãos da Lily Gladstone e Sandra Huller sem maiores problemas, mas, a estrela de “Pobres Criaturas” alcançou a segunda vitória da categoria com méritos de sobra.

A entrega corporal e a expressão facial hipnotizante se somam a inteligência para o humor e ironia já conhecidas dela aqui explorada como nunca por Yorgos Lanthimos e o roteirista Tony McNamara.

Acompanhar a evolução de Bella Baxter e o entendimento que ela ganha do nosso mundo cruel no decorrer da trama vale todo o filme.