“Ford Vs Ferrari” é o vencedor do Oscar de Melhor Montagem. Essa era a primeira indicação do Andrew Buckland e a segunda do Michael McCusker.
Essa categoria é considerada fundamental para o Oscar de Melhor Filme: em 34 ocasiões, os vencedores das duas coincidiram. Porém, esse pode ser um ano excepcional. Por ser feito em longos planos-sequências, a Academia não ficou tão seduzida pela montagem do favorito “1917”. E a vitória de um filme que não tem a menor chance de vencer a categoria principal serve somente para enfraquecer os principais rivais do drama de guerra do Sam Mendes.
A montagem de “Ford vs Ferrari” segue na velocidade dos carros que passam na tela: é ágil, rápida, eficiente em combinar cenas de grandes dimensões para outros com planos-detalhes, capaz de dar dinamismo intenso a uma produção com 2h30 de duração, mas, sem fazer com que o público fique perdido nas sequências de ação com cortes exagerados.
É uma boa montagem, mas, nada do que a gente não tenha visto em “Rush”, filme do Ron Howard, solenemente ignorado no Oscar da categoria em 2014. É inacreditável que o trabalho excepcional da Thelma Schoonmaker, de “O Irlandês”, tenha sido esquecido assim como o filme do Martin Scorsese.