De Glenn Close, em “A Esposa” até a derrota Emmanuele Riva, Caio Pimenta faz uma lista com as derrotas mais injustas do Oscar nos anos 2010.

10. VIOLA DAVIS, por “UM LIMITE ENTRE NÓS”

A Viola Davis é uma das grandes atrizes da atualidade? SIM. 

Ela já deveria ter vencido o Oscar há muito tempo? SIM. 

Ela deveria ter ganhado o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2017? NÃO! 

O motivo principal para Viola Davis não merecer ter vencido o Oscar é o simples fato dela não ser coadjuvante em “Um Limite Entre Nós”. A Paramount, porém, viu a disputa de Atriz Principal mais forte com Emma Stone, Isabelle Huppert e Natalie Portman e resolveu fazer uma fraude de categoria para aumentar as chances da Viola Davis. 

Para mim, a vitória deveria ter ido para a Michelle Williams, de “Manchester à Beira-Mar“. Ela, de fato, é coadjuvante no filme e tem uma cena final sensacional com o Casey Affleck. 

9. GUERRA AO TERROR x BASTARDOS INGLÓRIOS / DJANGO LIVRE X A HORA MAIS ESCURA

Mark Boal e Quentin Tarantino disputaram a categoria de Melhor Roteiro Original pesado em dois anos. E nos dois anos, a Academia fez a escolha equivocada. 

Em 2010, Tarantino brilhou com “Bastardos Inglórios”, uma reimaginação da Segunda Guerra Mundial em uma vingança deliciosa contra os nazistas. Porém, o Oscar ficou com “Guerra ao Terror” e seu roteiro competente, apesar de nada brilhante. Já em 2013, o Mark Boal causou polêmica ao mexer nas feridas da guerra contra o terrorismo em “A Hora Mais Escura”, chegando a ser criticado pelo governo americano. O Tarantino repetiu fórmulas em “Django Livre” e acabou faturando Oscar. Vai entender. 

8. GLENN CLOSE 

O resultado do Oscar 2019 em Melhor Atriz nem chega a ser tão absurdo assim, porém, o contexto é que provoca a decepção. 

Uma das maiores atrizes americanas dos últimos 40 anos, a Glenn Close tinha tudo para, finalmente, vencer o Oscar por “A Esposa”. Ela venceu quase todos os prêmios – Globo de Ouro, Critics Choice, SAG. Perdeu apenas o Bafta. Porém, no prêmio da Academia, a Olivia Colman, de “A Favorita” surpreendeu e se sagrou a vencedora.  

Com isso, a Glenn Close atingiu um triste recorde: ela se tornou a atriz que mais vezes perdeu o Oscar. Disputou sete vezes e não venceu nenhuma. Defitivamente, ela não merecia isso. 

7. A GRANDE BELEZA 

wannabe de Federico Fellini, Paolo Sorrentino, conquistou o Oscar de Melhor Filme em Língua Não Inglesa em 2014 por “A Grande Beleza”. Mas, a lista de indicados tinha filmes muito melhores. 

Para começar, tinha o dinamarquês “A Caça”, um filmaço de Thomas Vintenberg sobre o impacto de um boato falso na vida de uma pessoa inocente. Tinha também o excelente e trágico drama belga, “Alabama Monroe” e o criativo documentário cambojano “A Imagem que Falta”. 

Todos estes três superiores a uma atualização sem personalidade de “A Doce Vida”. 

6. EDDIE REDMAYNE, por “A TEORIA DE TUDO” 

O Oscar 2015 viu uma disputa acirrada na categoria de Melhor Ator até o último minuto, mas, a Academia acabou fazendo a escolha errada do vencedor. 

Não que o Eddie Redmayne esteja mal em “A Teoria de Tudo”: de fato, há que se elogiar a entrega física e delicada feita por ele para encarnar o gênio Stephen Hawking. Porém, o Michael Keaton faz o papel da vida dele em “Birdman” em uma performance raivosa como se tivesse expurgando todos os demônios internos de uma carreira. 

Infelizmente, como eu sempre digo aqui no canal, a miopia da Academia nas categorias de atuação é algo irritante, especialmente, quando envolve trabalhos vindos de cinebiografias. 

5. BOHEMIAN RHAPSODY 

A conquista de “Bohemian Rhapsody” em Melhor Montagem não é apenas injusta, mas, também, uma das coisas mais inexplicáveis feitas pelo Oscar nos últimos anos. 

Não bastasse a série de erros primários já apontados por diversos profissionais do setor, a montagem de “Bohemian Rhapsody” não possui nada de inovador ou tem um momento de destaque que faça por justificar a vitória. 

Mesmo que não sejam brilhantes, as montagens de “A Favorita” e de “Infiltrado na Klan” estão muito muito à frente da cinebiografia do Queen. 

4. ICARUS 

A Academia teve a oportunidade de premiar uma gigante do cinema mundial em 2018. Porém, acabou não fazendo. 

Símbolo mor das mulheres dentro da Nouvelle Vague francesa, a Agnès Varda foi indicada pelo excelente “Visages, Villages” em Melhor Documentário. O longa, feito em parceria com o J.R, é quase um testamento do olhar único e sensível dela à humanidade. O Oscar, porém, ficou com “Icarus”, documentário muito bom da Netflix sobre o escândalo de doping do esporte russo, mas, que são feitos aos montes todos os anos. 

A Agnes Varda chegou a vencer um Oscar honorário em 2018, mas, merecia ganhar concorrendo. 

3. JENNIFER LAWRENCE, por “O LADO BOM DA VIDA” 

Eu até simpatizo com a Jennifer Lawrence, não posso negar. Além de linda, a considero talentosa e espirituosa com os próprios micos. Mas, daí a ter vencido o Oscar de Melhor Atriz em 2013 é um pouco demais. 

É um pouco demais devido à presença da Emmanuelle Riva. Atriz de clássicos como “Hiroshima, Meu Amor”, ela está brilhante no último grande papel da carreira em uma dobradinha comovente com o Jean-Louis Trintignant. Por melhor que a Jennifer Lawrence esteja em “O Lado Bom da Vida” não dá para comparar. 

2. TOM HOOPER, por “O DISCURSO DO REI”

A cerimônia de 2011 ecoa ainda hoje como um dos maiores motivos de raiva em relação ao Oscar. E a categoria de Melhor Direção simbolizou isso muito bem. 

A Academia colocou todo o seu conservadorismo à prova ao premiar Tom Hopper, de “O Discurso do Rei”, em vez de dar a estatueta ao estilo cínico, elegante e absurdamente preciso do David Fincher, de “A Rede Social”.  

Para quem não gosta do Fincher, tinha a possiblidade também do Darren Aronofsky, de “Cisne Negro”. Opção melhores, sem dúvida, não faltavam. 

1. SPOTLIGHT 

A vitória mais injusta do Oscar na década 2010 aconteceu na cerimônia de 2016 quando “Spotlight” conquistou Melhor Filme. 

Spotlight” passa longe de ser um filme ruim com uma trama importante e bem contada, além de um ótimo elenco. Porém, 2016 teve uma seleção forte com “O Regresso”, uma jornada de tirar o folêgo com o Iñarritu no auge em parceria com o DiCaprio, o retrato cínico sobre a crise econômica de 2008 feita com ironia de sobra por “A Grande Aposta”, e, claro, “Mad Max – Estrada da Fúria”, o filme de ação definitivo da última década. 

Qualquer um deles seria melhor para vencer, porém, em uma votação como o Oscar que busca o filme de maior consenso só poderia ter ganhado “Spotlight”. 

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