O Olhar do Norte 2020 terá a Mostra Norte de curtas-metragens competitiva com os filmes selecionados disputando prêmios em oito categorias: Melhor Filme, Direção, Atuação, Direção de Fotografia, Montagem, Som, Direção de Arte e Roteiro. Para o júri, o evento conta com profissionais das mais diversas áreas do audiovisual – crítica, atuação, produção, direção de arte e direção – e com trabalhos marcantes ao longo dos anos.
Conheça o perfil dos júris:
CLEMILSON FARIAS
Acreano, formado em Produção Audiovisual pela Escola Internacional de Cinema e Televisão de Cuba (EICTV) e sócio-diretor da Leão do Norte Consultorias e Produções Audiovisuais. De 2007 a 2010, trabalhou como assistente do Curso de Teatro e produtor executivo da Usina de Arte em Rio Branco/Acre. De 2014 a 2017, trabalhou como produtor Executivo do Escritório Regional Norte da Linha de Produção de Conteúdos Destinados às TVs Públicas (PRODAV 08) em Manaus. Realizou produções de ficção e documentários, para TV e Cinema, entre eles “A Febre” (Brasil/França/Alemanha, 2019), “Monteirinho: Sanfoneiro da Floresta” (Acre, 2016), “Tenazas” (Cuba, 2013), “La Gran Aventura” (Cuba, 2013), “No Mesmo Barco: História de Águas” (Acre, 2013), “Entes da Floresta” (Acre, 2013), “Espejo Negro” (Cuba,2012). Recentemente fez a direção de produção do primeiro longa de ficção do Acre: “Noites Alienígenas”. Estão em finalização o curta “Passar Uma Chuva” e o telefilme “Montanha Dourada”, ambos do estado do Amapá, na qual assina a produção executiva.
Participar como jurado do Olhar do Norte é encantador, afinal, são obras produzidas na Região Norte e estou muito alegre de estar nesta equipe celebrando a produção local, mesmo diante de toda a situação complicada que estamos vivendo. A realização do festival com toda a diversidade presente nele é uma prova de que devemos continuar firme, lutando para continuar produzindo. Temos que conseguir colocar as coisas nas nossas mãos e realizá-la, independente das situações de qualquer gestão governamental.
FRANCISCO RICARDO
Formado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e graduado no curso de língua e cultura espanhola da Universidade de Salamanca, Francisco Ricardo é um dos artistas plásticos recentes mais renomados de Manaus. No audiovisual, ele se dedica, especialmente, ao setor de direção de arte com trabalhos em curtas como “O Tempo Passa”, de Diego Bauer, “Manaus Hot City”, de Rafael Ramos, e “O Barco e o Rio”, de Bernardo Ale Abinader, pelo qual venceu o Kikito da categoria no Festival de Gramado 2020. Também fez a direção de arte e figurino do videoclipe “Lulu”, da Luneta Mágica. Realizou também a ilustração do livro “Emoções e Rastro” de Rafael Cesar, e foi cenógrafo do espetáculo “Complexo de Gaivota”.
Estou bem feliz em participar do Olhar do Norte. Acredito que o festival é muito importante para o cinema em Manaus. A cada ano, percebo que a cidade está se tornando um pólo importante de produção e divulgação do audiovisual no Norte do Brasil e o Olhar do Norte confirma isso. Há cinco anos não seria possivel pensar em uma mostra de cinema que tivesse tanta diversidade e possibilidade de títulos em diversos formatos. O festival tem criado uma relação sobre as percepções sobre o Norte, mostrando uma Amazônia diversificada e plural, não focando apenas em filmes de brancos em apartamentos.
ISABELA CATÃO
Integrante do grupo teatral “Ateliê 23”, Isabela Catão se tornou um dos nomes mais requisitados do audiovisual amazonense nos últimos anos. O primeiro trabalho de destaque veio no curta-metragem de Bernardo Ale Abinader, “A Goteira”, em que interpreta uma mulher casada de classe média em meio a uma rotina dominada pelo tédio. Depois de duas participações em projetos da Rede Globo – a novela “A Força do Querer” e a série “Aruanas” – Catão retomou a parceria com Abinader para o premiado “O Barco e o Rio”. Também é a protagonista de “Enterrado no Quintal”, suspense dirigido por Diego Bauer. Em 2021, será vista em “Joycilene”, dirigido por Hanna Gonçalvez e fotografado por Larissa Martins.
Acho generoso esse convite essa e me sinto feliz com a oportunidade de estar contribuindo, a partir das minhas experiências artísticas, para os trabalhos que farão parte do Festival.
RICARDO MANJARO
Formado em Direito, Ricardo Manjaro, de forma autodidata, produziu e dirigiu seu primeiro filme, o policial “A Última no Tambor”, ao lado de amigos e com uma câmera emprestada. Resultado: dois prêmios no Amazonas Film Festival 2012 – Melhor Ator com Breno Castelo e Direção de Fotografia. Quatro anos depois, Manjaro foi para o suspense sobrenatural com “O Necromante”, vencedor de três categorias do primeiro Olhar do Norte – Melhor Filme, Ator novamente com Breno Castelo e Direção de Arte. Em 2017, em São Paulo, dirigiu “Morcego de Rua”, trabalho de conclusão do curso de Direção na Academia de Cinema de São Paulo. Ao lado de Diego Bauer, realizou “Obeso Mórbido”, filme com passagens pela Mostra de Tiradentes, Festival de Vitória, Cine PE, Goiânia Mostra Curtas, Semana de Cinema (Rio de Janeiro), Maranhão na Tela 2018 (Prêmio de Melhor Ator para Diego Bauer) e Mostra Internacional de São Luís (Melhor Som para Lucas Coelho e Heverson Batista).
Esse é um festival que já me trouxe muitas alegrias no passado, por isso considero um grande orgulho ter sido convidado e reconhecido. É uma grande responsabilidade fazer parte do júri e pretendo honrar este compromisso assistindo aos filmes concorrentes com toda atenção e respeito.
SUSY FREITAS
Nasceu em Manaus, Amazonas. Além de escritora, trabalha nas áreas de Comunicação e Educação no Ensino Superior. É autora dos livros de poesia “Véu sem voz” (Bartlebee, 2015) e “Alerta, Selvagem” (Patúa, 2019), além de ser uma das editoras da Revista Torquato, publicação online voltada à literatura e artes visuais. Também atua como crítica de cinema no site Cine Set, fazendo parte da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) e das Elviras – Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema. Já publicou ensaios sobre o tema em livros da Abraccine e organizou, com o jornalista Caio Pimenta, o livro “Cine Set e a crítica de cinema no Amazonas” (Casa Literária, 2019).
A experiência de um festival de cinema em 2020 é, antes de tudo, um ato de resistência. Resiste-se às imposições trazidas pela pandemia, que conseguiu destacar, mais que nunca, o caráter coletivo da produção e do consumo de audiovisual mesmo com tecnologias que tinham tudo para individualizar cada vez mais tanto uma quanto a outra; e resiste-se ao desmantelamento da produção audiovisual brasileira, atacada por um governo decrépito que censura obras, retira financiamentos e busca impor uma visão de mundo que em nada dialoga com ele. Nesse sentido, um festival nortista de cinema só consolida isso: existimos, resistimos e não vamos parar.