Caio Pimenta analisa os impactos dos resultados e da cerimônia do Globo de Ouro 2021 na corrida pelo Oscar. 

CERIMÔNIA EM TEMPOS DE COVID 

Vamos falar a real: a cerimônia do Globo de Ouro 2021 foi um desastre. Muito mais do que problemas técnicos naturais, o que ficou de ruim do evento foi a falta de clima para celebração do cinema.

Com o clima pesado da Covid-19, a festa mostrou a dificuldade de tentar manter uma normalidade em tempos anormais.  

A Academia, certamente, está de olho nisso e deve reformular a cerimônia deste ano.

Vale lembrar que, até segunda ordem, o Oscar 2021 será um misto de cerimônia virtual e presencial. Porém, pensar em um evento com pessoas in loco no atual momento da pandemia parecia algo fora da realidade. 

FILMES POUCO EMPOLGANTES 

Nomadland”, “Os Sete de Chicago”, “Mank”, “O Som do Silêncio”, “A Voz Suprema do Blues”, “Relatos do Mundo”… Não há nenhuma bomba entre estes filmes, ok? Porém, cá entre nós, nenhum deles também desperta grandes paixões ou antipatias. 

O Globo de Ouro 2021 sentiu essa temporada de filmes pouco empolgantes na pele: a audiência do evento na televisão americana desabou mais de 60% em relação ao ano passado. Para piorar, a repercussão nas redes sociais foi ínfima com muita gente sem dar tanta atenção ao evento. 

E isso não ocorre pelo fato de muita gente ter notado como o Globo de Ouro é um evento superestimado. Reflete também uma corrida sem grandes paixões ou divisões. 

Há de se perguntar também: seria esta a safra mais fraca do Oscar nos últimos anos? Conseguirá a Academia preencher, pelo menos, oito vagas ou teremos apenas seis ou sete indicados em 2021? 

FAVORITOS CONSOLIDADOS 

Ainda assim, não dá para negar que o Globo de Ouro 2021 simplesmente consolidou favoritismos absolutos. 

Nomadland” chega para atropelar todos os concorrentes com facilidade em Melhor Filme sem dar chances a “Os Sete de Chicago” e “Minari”.

Chloé Zhao demonstra que Melhor Direção no Oscar 2021 servirá para dar visibilidade às mulheres. Provavelmente teremos três delas nomeadas.

Com um belo e emocionado discurso da viúva, Chadwick Boseman será consagrado em Melhor Ator. E o Daniel Kaluuya vencerá em Ator Coadjuvante, dando ênfase ao fator da diversidade na premiação. 

Soul” em Melhor Animação também é outra barbada cada dia mais consolidada. 

SURPRESAS DE CURTO PRAZO 

Apesar de enfadonho, o Globo de Ouro 2021 teve suas surpresas. As categorias de atuações femininas foram onde elas proliferaram. 

Andra Day, de “The United States Vs Billie Holliday”, superou as favoritas em Melhor Atriz de Drama, enquanto a Rosamund Pike, por “Eu me Importo”, venceu sobre a Maria Bakalova, de “Borat 2” em Atriz de Comédia/Musical. Por fim, a Jodie Foster, por “The Mauritanian”, levou Atriz Coadjuvante. 

Vamos por partes: a Andra Day deu um passo decisivo para ser indicada no Oscar. Claro que há a esnobada no SAG, porém, não vejo a Academia tão generosa assim com a Amy Adams, por “Era uma vez um Sonho”. A briga dela neste momento é mais com a Sophia Loren e a Yeri Han, de “Minari” ainda que esteja na frente delas neste momento. 

Já a vitória da Rosamund Pike foi uma saída mais conservadora da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood para não premiar a Maria Bakalova. Para o Oscar, porém, a atriz de “Eu me Importo” me soa altamente improvável. A estrela de “Borat 2”, entretanto, caminha para a indicação em atriz coadjuvante. 

E por falar na categoria, a Jodie Foster pode ser uma surpresa e tanto nesta temporada de premiações. Pouco se falava dela em “The Mauritanian” e, de repente, ela pode surgir como uma espécie de coringa. Afinal, se tem uma categoria aberta neste Oscar, essa é de atriz coadjuvante. 

Todos sabemos da polêmica relacionada a uma possível vitória de Glenn Close pelo contestado trabalho em “Era uma vez um Sonho”. Maria Bakalova tem um personagem para lá de polêmico e pode não agradar tantas alas da Academia. A Olivia Colman venceu recentemente e uma segunda vitória tão precoce parece difícil, enquanto reside um mistério sobre a Yuh-Jung Youn ter chances de vencer, algo improvável para a Amanda Seyfried e Helena Zengel. 

A Jodie Foster pode ser uma alternativa perfeita: uma atriz respeitada pela indústria e público, ativista social pela causa LGBTQIA+ em uma ótima atuação em um filme elogiado. E o último Oscar dela foi lá em 1992, há quase 30 anos, por “O Silêncio dos Inocentes”. A esnobada no SAG e a vitória no Globo de Ouro repetiria a história da Jennifer Connelly, de “Uma Mente Brilhante”, em 2002. 

Por fim, para quem está empolgado com a vitória da Dianne Warren e Laura Pausini no Globo de Ouro, calma: acho que ‘Io Si’ cresce na disputa, porém, sigo vendo “Speak Now”, de “Uma Noite em Miami” na dianteira da categoria. 

Especial Oscar: Os Meus Favoritos da Edição 2019

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Caio Pimenta apresenta os seus favoritos para o Oscar de 2018, ano da consagração de "A Forma da Água" e Guillermo Del Toro. https://www.youtube.com/watch?v=QFwdo1TcxYU

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Caio Pimenta apresenta os seus favoritos para o Oscar de 2017, ano da consagração de "Moonlight - A Luz do Luar". https://www.youtube.com/watch?v=qig_7KfqDBg

Especial Oscar: Os Meus Favoritos da Edição 2016

Caio Pimenta apresenta os seus favoritos para o Oscar de 2016, ano da consagração de "Spotlight". https://www.youtube.com/watch?v=pQK-cWcatbw

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