Dia das crianças e não tem data melhor para fazer o TOP 10 da categoria de Melhor Animação do Oscar.
10. FROZEN
Em 2014, “Frozen” levou o prêmio superando “Os Croods”, “Ernest & Celestine” e “Meu Malvado Favorito 2”.
Ainda que sofra com problemas de ritmo, “Frozen” consegue mudar o foco tradicional das princesas Disney. Aqui, em vez de esperarem solenemente o príncipe encantado e sofrerem o tempo todo, Elsa e Anna assumem a dianteira das ações em um filme que ainda resgata sequências musicais pouco presentes nos filmes do estúdio na época.
“Frozen” trouxe também uma música para ficar na nossa cabeça para o bem e para o mal.
9. PROCURANDO NEMO
Dez anos antes, “Procurando Nemo” ganhou o Oscar de Melhor Animação.
O filme da Pixar derrotou “As Bicicletas de Belleville” e “O Irmão Urso”.
“Procurando Nemo” supera a construção episódica do roteiro que impede uma narrativa mais fluída com uma história universal de amor entre pai e filho e um visual arrebatador dos mais diversos seres aquáticos e dos oceanos, sendo uma das animações mais belas já lançadas na história do cinema.
8. DIVERTIDA MENTE
O oitavo lugar fica com “Divertida Mente”, ganhador do Oscar de 2016.
De todos os vencedores da história da categoria, “Divertida Mente” é o que apresenta a trama mais complexa e inventiva. Tudo graças à capacidade do roteiro em traduzir o abstrato em personagens carismáticos dentro de uma trama acessível ao público geral e a criatividade visual de ilustrar os nossos sentimentos e memórias.
Entre os concorrentes de “Divertida Mente” estavam o ótimo “Anomalisa” e o nosso representante “O Menino e o Mundo”, do Alê Abreu.
7. HOMEM-ARANHA NO ARANHAVERSO
“Os Incríveis 2” e “Ilha dos Cachorros”, do Wes Anderson, eram considerados os favoritos para disputa do Oscar de Melhor Animação em 2019. Porém, quando “Homem-Aranha no Aranhaverso” estreou, se sabia que ali estava o grande ganhador da categoria.
Afinal, o filme da Sony consegue traduzir a energia dos quadrinhos, repleta de ação, carisma, cores para a tela. “Aranhaverso” ainda tem uma história que expande o universo das obras baseadas em HQs com a possibilidade do multiverso como as live-actions da DC e Marvel não ousaram fazer até então.
Por fim, deixo uma pergunta para vocês responderem nos comentários: seria “Aranhaverso” o melhor filme do Homem-Aranha nos cinemas?
6. WALL-E
Sexto lugar deste TOP 10 vai para “Wall-E”, ganhador do Oscar de 2009.
O filme da Pixar superou “Bolt” e “Kung Fu Panda”.
De todos os clássicos da Pixar nos anos 2000, “Wall-E” foi, de longe, o mais ousado. Boa parte da história não conta com diálogos, o protagonista não tem expressividade de outros heróis do estúdio e o pano de fundo ecológico não chega a ser tão fácil de envolver o público como, por exemplo, a trama de “Up”.
Porém, a habilidade do diretor Andrew Stanton em criar uma narrativa repleta de delicadeza e visualmente incrível mostra que confiar na inteligência e sensibilidade do público não faz mal a ninguém.
5. SHREK
“Shrek”, da Dreamworks, surpreendeu a Disney e a Pixar ao ganhar o primeiro Oscar de Melhor Animação ao bater “Monstros S.A”. O resultado foi para lá de justo.
Subvertendo os contos de fadas, o heroísmo e a beleza dos príncipes da Disney, “Shrek” jogou o estilo fofinho da Disney de lado para apostar na rebeldia e descontração. O resultado é uma animação inesperadamente ousada, abusada e com um elenco de dubladores, como Mike Myers e Eddie Murphy, em performances arrasadoras.
Pena que a Dreamworks explorou “Shrek” até cansar. Exceto pelo segundo filme, todas as outras continuações são bem abaixo do original.
4. RATATOUILLE
Em 2008, “Ratatouille” conquistou o Oscar de Melhor Animação ganhando do ótimo “Persépolis” e de “Tá Dando Onda”.
Muito mais do que uma aventura inusitada de um ratinho chef de cozinha, “Ratatouille” amplia o escopo da história ao tratar da paixão e do respeito profundo de um profissional sobre o objeto de seu trabalho e como a entrega e a defesa desta permite a constante evolução de um setor, no caso, a gastronomia.
E ainda temos Paris magistralmente retratada. Quer mais?
3. OS INCRÍVEIS
“Os Incríveis” abre o pódio do TOP 10 do Cine Set na terceira posição. O filme foi o vencedor do Oscar da categoria em 2004, batendo “Shrek 2” e “O Espanta Tubarões”.
“Os Incríveis” é, de longe, o mais adulto de todas as animações da Pixar sem abrir mão de agradar as crianças. O tédio da vida adulta com sua rotina enfadonha matando os potenciais mais legais da nossa existência dialoga com uma aventura para lá de divertida com ótimas sequências de ação e personagens impagáveis.
Foi, sem dúvida, o auge da carreira do Brad Bird e uma pena demais ter resultado em uma sequência muito abaixo do original.
2. A VIAGEM DE CHIHIRO
A única produção não falada em inglês a vencer o Oscar de Animação vem da cerimônia de 2003: é “A Viagem de Chihiro”, do genial Hayao Miyazaki.
Há quem diga que seja uma história clichê, mas, tudo muda quando feito pela visualidade fantástica e a sensibilidade poética de Miyazaki. “Chihiro” coloca o público em uma jornada imersiva em que cada momento surpreendente por oferecer algo inusitado e belo, fora ser uma história de crescimento carregada de simbolismos e uma pitada melancólica.
Além de “Chihiro”, o Miyazaki concorreu com outros dois filmes no Oscar de Animação: “O Castelo Animado”, em 2006, e “Vidas ao Vento”, em 2014.
1. TOY STORY 3
O melhor vencedor do Oscar de Animação vem da cerimônia de 2011.
Que me perdoem os fãs de “O Poderoso Chefão”, “Matrix”, “O Senhor dos Anéis” e “De Volta Para o Futuro”, mas, “Toy Story 3” é o melhor desfecho de trilogia já feito nos cinemas.
Toda a construção iniciada em 1995 encontra um ponto final comovente e emocionante que dialoga com o crescimento de todos nós, completando uma jornada da fase da infância para a vida adulta em que é necessário abrir mão de coisas queridas para seguir em frente. Como se não bastasse, a produção ainda é repleta de cenas inesquecíveis tanto de drama quanto de comédia.
Por isso, já disse aqui no canal do Cine Set, que, para mim, “Toy Story 3” deveria não apenas ter vencido Animação, mas, também Melhor Filme. Ah, e, sinceramente, busco de todas as formas esquecer o desnecessário quarto filme.