Caio Pimenta faz as apostas de quais produções devem aparecer na aguardada shortlist do Oscar nas categorias de Melhor Filme Internacional, Documentário, Efeitos Visuais, Maquiagem e Penteado, Canção Original e Trilha Sonora.

MAQUIAGEM E PENTEADO 

Na minha visão, seis filmes estão garantidos na pré-lista de maquiagem e penteado. 

São os casos de “Duna”, “Cruella”, “Casa Gucci”, “O Beco do Pesadelo”, “Being the Ricardos” e do favorito “Os Olhos de Tammy Faye” com toda a transformação incrível de Jessica Chastain.

Abaixo destes estão “Spencer” e “O Esquadrão Suicida”  – bom destacar que o primeiro filme da DC venceu o Oscar da categoria em 2017 – diga-se de passagem merecidamente.

Quem deve completar o time dos pré-selecionados são “Amor Sublime Amor” e “O Último Duelo”, os quais não acredito que cheguem a ficar entre os indicados. 

TRILHA SONORA 

Em Melhor Trilha Sonora, os gigantes da categoria estão garantidos na shortlist. 

O alemão Hans Zimmer é nome certo com “Duna” e chega com força para, finalmente, conquistar o segundo Oscar da carreira – a única vez veio lá em 1995 com “O Rei Leão”.

O Jonny Greenwood, entretanto, pode impedir isso em dose dupla com “Spencer” e “Ataque dos Cães”.

Nicholas Britell deve aparecer com “Não Olhe Para Cima” assim como o Nathan Johnson, de “O Beco do Pesadelo”, e o Alberto Iglesias, por “Madres Paralelas”.

E, claro, Alexander Desplat estará na shortlist com “A Crônica Francesa”. 

O Carter Burwell vem abaixo desta turma, mas, deve aparecer com “A Tragédia de Macbeth”.

As duas últimas vagas trazem três postulantes: “Vingança & Castigo”, “King Richard” e “Cyrano”. 

Acredito que os dois primeiros devem ficar na pré-lista. 

CANÇÃO ORIGINAL 

Seguimos bastante musicais, agora, com canção original. Também acho que candidatos estão com vagas asseguradas. 

Beyoncé certamente estará na pré-lista do Oscar com “Be Alive”, de “King Richard”, igual Billie Eilish de “No Time To Die”, Ariana Grande de “Just Look Up” e Jennifer Hudson com “Here I Am (Singing My Way Home)”.

Do favorito “Belfast” vem “Down to Joy”, enquanto “Beyond the Shore” representa o querido “Coda”. “Cyrano” terá “Every Letter” como a canção vinda de musicais. 

Ganhadora edição sim edição não da categoria, a Disney aposta em “Dos Oruguitas”, de “Encanto”. A música da animação deve aparecer na shortlist. As duas vagas restantes têm cinco candidatas atrás dela. 

São “Guns Go Bang”, de “Vingança e Castigo”, “So May We Start”, de “Annette”, “Somehow You Do”, de “Four Good Days” e escrita pela lendária Dianne Warren, “Colombia, Mi Encanto”, outra canção de “Encanto”, e “Believe”, do documentário “The Rescue”. 

Entre todas elas, acredito nas canções de “Vingança e Castigo”, uma forma de reconhecer o trabalho do Jeymes Samuel, e de “The Rescue”, afinal, até pelo retrospecto recente de documentários conseguindo emplacar muitas canções na categoria nos últimos anos. 

EFEITOS VISUAIS 

Na categoria com mais blockbusters por metro quadrado no Oscar, os filmes da Marvel devem dominar a pré-lista. 

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”, “Shang-Chi” e “Eternos” somente não aparecerão na shortlist caso a Academia esteja brigada com a Marvel.

“Matrix: Ressurreição” deve fazer as pazes da franquia com o Oscar após a esnobada a “Revolutions” no Oscar 2004. “Godzilla Vs Kong” e o favorito “Duna” são outros filmes garantidos. 

Vejo “Free Guy”, “O Esquadrão Suicida” e “Não Olhe Para Cima” como candidatos não 100% certos, mas, quase lá, enquanto aposto na zebra “A Guerra do Amanhã” como o ocupante da última vaga. 

DOCUMENTÁRIO 

Corrida embolada em Melhor Documentário: somente consigo apontar três produções 100% garantidas na shortlist. 

A National Geographic chega com grande esperança de ver “The Rescue”, filme da dupla de diretores de “Free Solo” sobre o resgate do grupo de 12 meninos presos em uma caverna na Tailândia, levar a estatueta.

Porém, “Summer of Soul” chega credenciado pela ovação dos críticos, enquanto o dinamarquês “Flee” é o favorito para fazer história na Academia com nomeação aqui, em animação e filme internacional. 

O segundo pelotão apresenta cinco documentários, incluindo, um sobre uma amada banda de rock. 

Candidato da Apple, “The Velvet Underground”, além do apelo aos fãs de música, traz a direção de Todd Haynes, de filmes como “Carol” e “Longe do Paraíso”. “Attica” aborda um tema muito caro aos documentaristas dos EUA: o sistema prisional associado ao racismo. “The First Wave” tem ao seu lado a urgência de mostrar o horror da pandemia, especialmente, em um país negacionista. Por fim, temos “Ascencion”, documentário de Jessica Kingdon mostrando a vida na China. 

Já os demais candidatos estão na briga acirrada pelas demais sete vagas na shortlist. 

São os casos de “Francesco”, “Julia”, “Who We Ar: A Chronicle of Racism in America”, “Becoming Cousteau”, “President”, “Faya Dayi” e “Pray Away”. 

FILME INTERNACIONAL 

“Titane” pode render a quarta indicação consecutiva para um vencedor da Palma de Ouro.

Chegamos, então, a aguardada categoria de Melhor Filme Internacional. Neste ano, diferente do que ocorreu nas edições anteriores, não temos favoritos absolutos.

A corrida está bem parelha ainda que sete produções despontem na frente dos demais. 

O japonês “Drive My Car” largou bem sendo indicado aos principais prêmios e abraçado pelos críticos norte-americanos. Porém, o italiano “A Mão de Deus” conta com o apoio milionário da Netflix e o hype em torno do nome de Paolo Sorrentino.

A França aparece com o peso da Palma de Ouro de “Titane”, enquanto o Irã confia na força de Asghar Farhadi e suas duas estatuetas para alavancar “Um Herói”. Já a Dinamarca tenta o bi da categoria com o fenômeno “Flee”. O norueguês “The Worst Person in the World” e o finlandês “Compartimento Número 6” completam esta lista de nomes certos da shortlist. 

Logo atrás destes candidatos, aparece mais uma turma de europeus. 

São os casos do alemão “O Homem Ideal”, do russo “Unclenching Your Fists”, do austríaco “Great Freedom” e do polonês “Leave no Traces”. Somente o mexicano “A Noite do Fogo”, distribuído pela Netflix, quebra este predomínio do Velho Continente. 

Restam três vagas e acho que serão ocupadas pelo colombiano “Memoria”, o israelense “Let it be Morning” e o candidato do Kosovo “Hive”. A presença do brasileiro “Deserto Particular” seria uma ótima surpresa e pode até acontecer ainda que seja improvável.  

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