Para quem esperava Chadwick Boseman, uma grande decepção: Anthony Hopkins é o ganhador do Oscar 2021 de Melhor Ator por “Meu Pai”.
Essa é a segunda estatueta do britânico: a primeira, claro, é pelo excepcional trabalho como Hannibal Lecter em “O Silêncio dos Inocentes”.
De cara, deixa eu falar o seguinte: apesar de excepcional, a atuação do Anthony Hopkins em “Meu Pai” nunca que vai ser a melhor da carreira do ator.
Eu entendo a empolgação dos fãs, eu compreendo que, hoje em dia, tudo precisa ser exagerado e eloquente, porém, Hannibal Lecter é ícone, é história do cinema. Ponto.
O RETORNO À BOA FORMA
Posto isso: que bom ver o Anthony Hopkins voltando a fazer grandes filmes.
Ele começou em 1968 no ótimo “Um Leão no Inverno” junto com o Peter O´Toole e Katharine Hepburn. Depois, chegou a fazer bons filmes como “O Homem Elefante”, porém, só foi mesmo atingir o auge nos anos 1990 começando justamente com “O Silêncio dos Inocentes”.
Daí, veio uma série de grandes trabalhos como “Nixon”, “Vestígios do Dia”, “Retorno a Howards End” até “Amistad”.
Depois, ele começou a emplacar um bando de suspense de Supercine, presença em filme da Marvel e até “Transformers”. Ainda bem que surgiu o Fernando Meirelles na vida dele com “Dois Papas” e, agora, volta a vencer o Oscar com “Meu Pai”.
O Hopkins se torna o ator mais velho a ganhar Melhor Ator e é um prêmio justíssimo pela corda bamba desesperadora que ele encarna ao viver um sujeito no angustiante processo da demência. A cena final exprime todo o cansaço físico e mental dele ao longo daquela jornada.
Lamento apenas pelo Chadwick Boseman que, infelizmente, nunca terá um Oscar. Uma tristeza que um cara com tamanho talento começando a despontar tenha morrido tão cedo.