Caio Pimenta apresenta quais produções e trabalhos perderam força durante a temporada de premiações rumo ao Oscar 2021.
FILMES CRITICADOS
Seja pelos nomes envolvidos ou pelos pesados investimentos, muitos filmes que surgem criam a expectativa de que podem ir para o Oscar. Porém, quando são lançados, a crítica e o público percebem que estão bem longe disso. A Netflix e a Warner sofreram com o problema nesta temporada.
Sempre muito querido dentro da indústria e com uma carreira longe dos blockbusters, George Clooney se aventurou pela ficção científica com “O Céu da Meia-Noite“. Por mais bem-intencionado que seja o discurso ambiental, a produção não escapa da monotonia e dos clichês. Já Christopher Nolan quis salvar o cinema com “Tenet”. Porém, poucos quiserem se arriscar e quem tentou não entendeu nada.
“O Céu da Meia-Noite” deve beliscar indicações em trilha sonora com o Alexandre Desplat e efeitos visuais assim como “Tenet” pode conseguir nomeações em categorias técnicas, entre elas, montagem. Porém, vão passar bem, bem longe das categorias principais.
Outros dois filmes derrubaram as chances de três atrizes na briga pelo Oscar.
Lançado no Festival de Nova York, “French Exit” foi unanimidade negativa e, por melhor que esteja, Michelle Pfeiffer viu as chances de ser indicada minguarem. Cercado de polêmicas desde antes da estreia em festivais, “Ammonite” não se livrou do fantasma de ser uma versão menos interessante e mais convencional de “Retrato de uma Jovem em Chamas”.
A Saoirse Ronan ainda tem uma ligeira chance de ser indicada pelo fato da corrida de Melhor Atriz Coadjuvante estar em aberta, diferente de Kate Winslet e Pffeifer em Melhor Atriz onde a Carey Mulligan, Frances McDormand, Vanessa Kirby e Viola Davis são nomes certos.
COMPETIÇÃO PESADA
Agora, é a vez da turma que até fez filmes elogiados, porém, a competição pesada nas categorias torna as indicações improváveis.
São os casos da Julia Garner em Melhor Atriz pelo desempenho arrasador em “A Assistente”, produção lançada no primeiro semestre de 2020 que não encontrou espaço na temporada de premiações, e Kingsley Ben-Adir o qual sofre por não ser o protagonista masculino absoluto de “Uma Noite em Miami”, diferente dos seus outros concorrentes.
O Oscar 2021 deve fazer história com, pelo menos, duas indicações para mulheres em Melhor Direção com a favorita Chloé Zhao e a Regina King. Há possibilidade até de três nomeadas com a Emerald Fennell. Neste congestionamento feminino, infelizmente, a Academia deve deixar de lado a Kelly Reichart, de “First Cow”. Ela, no máximo, será lembrada em Roteiro Adaptado.
Já a expectativa de que “Soul” marcaria o retorno das animações a Melhor Filme parece incerta de que irá se concretizar. Dependerá de surpresas como esnobadas de filmes como “Mank” e “O Som do Silêncio”.
NÃO EMPOLGARAM
Tem também aqueles que filmes que podem não ter sido odiados, mas, que passaram longe de serem abraçados pela indústria e pela crítica. Resumindo: não empolgaram muito.
“Estou Pensando em Acabar com Tudo” pode até render a indicação sempre esperada de Roteiro Adaptado para Charlie Kaufman, porém, pensar em algo a mais soa hoje como um devaneio. Toda a empolgação anterior em relação a “On the Rocks”, da Sofia Coppola, sumiu e o projeto da Apple está apagado ao ponto do Bill Murray ficar fora de Ator Coadjuvante. Já “O Tigre Branco”, apesar da nomeação a Roteiro Adaptado do WGA, não deve repetir o feito no Oscar.
Claro que “Mank” tinha que estar aqui, afinal, o filme da Netflix era cotado para ser um dos favoritos da temporada, porém, há quem já aponte na imprensa americana do risco de ficar fora até mesmo de Melhor Filme.
NO LIMBO
Dois filmes parecem completamente esquecidos neste momento da corrida ao Oscar.
“Nunca Raramente às Vezes Sempre” pode até ter o amor da crítica, mas, o aborto segue sendo um assunto tabu dentro da Academia. Sem chances em Filme, Direção e Atriz principal e coadjuvante, no máximo, pode chegar em Roteiro Original como uma consolação.
Sem grandes investimentos para campanha por parte da IFC Films, “The Nest” simplesmente deixou de ser falado para qualquer coisa.
Uma pena para os ótimos desempenhos do Jude Law e, principalmente, da Carrie Coon.