Falar da beleza, carisma e do engajamento político de Jane Fonda é chover no molhado.
Porém, a estrela de Hollywood também era uma grande atriz e as sete indicações com duas vitórias provam isso.
Por isso, eu faço esta homenagem a ela trazendo da pior à melhor indicação e, claro, a maior esnobada sofrida pela Jane Fonda.
7. A MANHÃ SEGUINTE
Vamos começar logo com a pior indicação de todas, a qual nem é muito difícil de adivinhar.
Em 1987, a Jane Fonda foi nomeada ao Oscar pela última vez pelo fraco “A Manhã Seguinte”.
A estrela faz o que pode ao interpretar uma protagonista alcóolatra e com uma carreira de atriz fracassada completamente perdida no meio do caos.
Ela somente não consegue brilhar mais pelo roteiro ser péssimo.
A vencedora de Melhor Atriz foi a Marlee Maitlin, única deficiente auditiva a ganhar o Oscar de atuação por “Filhos do Silêncio”.
6. JULIA
A Jane Fonda chegou ao Oscar de 1978 como favorita por “Julia”.
No longa do Fred Zinnemann, ela interpreta uma escritora famosa ajudando uma amiga judia na resistência contra o nazismo.
É uma bela atuação da Jane Fonda ainda que a inconsistência da história atrapalhe e a brilhante atuação da Vanessa Redgrave chame mais atenção.
Apesar de ter vencido o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama, a Jane Fonda perdeu o Oscar da categoria para a Diane Keaton, de “Annie Hall”.
Resultado muito justo.
5. SÍNDROME DA CHINA
Em 1980, a indicação da Jane Fonda veio por “Síndrome da China”.
A atriz interpreta uma repórter investigando um acidente em uma usina nuclear e apoiando o personagem do Jack Lemmon, um técnico do local disposto a contar tudo sobre os perigos.
Aqui, ela tem uma atuação boa ao mostrar a determinação da repórter buscando ser levada mais a sério em um ambiente machista, porém, o roteiro peca em não desenvolver a personagem tanto quanto poderia.
O Oscar acabou ficando merecidamente com a Sally Field, por “Norma Rae”.
4. NUM LAGO DOURADO
A única indicação da Jane Fonda a Melhor Atriz Coadjuvante veio em 1982.
Atuando ao lado do pai Henry Fonda, ela está radiante no longa do Mark Rydell.
A sintonia dos dois está palpável em cada cena, enquanto a dobradinha com Katharine Hepburn coloca duas gerações de brilhantes atrizes lado a lado.
O encontro de titãs faz de “Num Lago Dourado” uma obra que merece ser vista.
A vitória, porém, ficou com a Maureen Stapleton, de “Reds”.
Na minha visão, a Jane Fonda merecia mais a estatueta.
3. A NOITE DOS CONDENADOS
Chegamos ao pódio com um trabalho vindo de um cult do fim dos anos 1960.
No excelente “A Noite dos Condenados”, do Sydney Pollack, a Jane Fonda mostra ser uma atriz longe de qualquer vaidade ao interpretar uma personagem que vai se destruindo física e psicologicamente na mais doentia competição de dança da história do cinema.
Ela lidera um elenco grandioso, todos em ótimos personagens.
A Maggie Smith, de “A Primavera de uma Solteirona”, foi a vencedora de Melhor Atriz em 1970.
Dizer que foi um resultado injusto não direi, porém, se tivesse a estatueta ido para a Jane Fonda também ficaria em boas mãos.
2. AMARGO REGRESSO
A segunda estatueta da estrela veio por “Amargo Regresso”, em 1979.
Ela faz uma enfermeira trabalhando em um hospital de veteranos dividida entre os personagens do Bruce Dern e o Jon Voight.
A Jane Fonda consegue ser um ponto de alívio, amor e esperança para aqueles homens tão traumatizados.
A atriz superou nomes de peso como Geraldine Page, de “Interiores”, e a Ingrid Bergman, de “Sonata de Outono”, para ser premiada.
1. KLUTE
E chegamos ao melhor desempenho da Jane Fonda indicado ao Oscar. Por “Klute – O Passado Condena”, a atriz ganhou a primeira estatueta.
A Jane Fonda cria uma figura enigmática e misteriosa combinando com o clima adotado pelo Alan J. Pakula neste ótimo noir.
A sensualidade que, poderia ser utilizada somente para explorar a beleza da atriz, acaba servindo como elemento que realça ainda mais a tensão de um filme que deve muito de sua qualidade à atriz.
MAIOR ESNOBADA – SOMENTE NA QUARTA-FEIRA
Para uma atriz com sete indicações, fica difícil dizer que houve tantas esnobadas assim. Ainda assim, a Jane Fonda tem aquela esquecida da Academia que, se não chega a ser criminosa, fez falta.
Foi o caso em “Somente na Quarta-Feira” em que interpreta Ellen Gordon, amante do personagem do Jason Robards, um grande executivo de Nova York. Toda quarta, os dois ficam juntos em um apartamento dele. Porém, o amigo do executivo, Cass Henderson (Dean Jones), acidenta-se e vai morar no aposento. Ellen acaba se apaixonando por ele.
Pelo filme, ela foi indicada ao Globo de Ouro em Melhor Atriz de Comédia/Musical e poderia ter ido ao Oscar no lugar da Lynn Redgrave, de “Georgy, a Feiticeira”.
Até por já termos uma representante da família Redgrave na disputa, no caso, a Vanessa, de “Deliciosas Loucuras de Amor”.
Amo a lenda, não vi Amargo Regresso. Mas nunca que ela deve estar melhor que Geraldine Page em Interiores. É minha interpretação favorita do cinema.