De Matthew McConaughey a Anne Hathaway, Caio Pimenta traz uma lista de vencedores do Oscar que não tiveram sorte com os filmes após vitória no Oscar.

MATTHEW MCCONAUGHEY

Matthew McConaughey

Uma das capas mais icônicas da Revista SET apontava o Matthew McConaughey como um astro capaz de aliar o status de galã com um talento impressionante igual nomes como Paul Newman. O começo da carreira dele até apontava isso com participações em filmes importantes como “Amistad”, “Contato” e “Tempo de Matar”. O texano, porém, entrou nos anos 2000 com mais fama de bonitão do que grande ator, muito pelas comédias românticas insossas que protagonizou. 

A virada, porém, veio a partir de 2011. 

Neste ano, o Matthew McConaughey viveu o repugnante vilão de “Killer Joe”. Daí, emendou uma grande atuação atrás da outra, entre elas, “O Poder e a Lei”, “Magic Mike”, “Amor Bandido”, “O Lobo de Wall Street” até chegar a “Clube de Compras Dallas”, drama pelo qual venceu a estatueta na cerimônia de 2014. 

Logo em seguida, ele estrelou o polêmico “Interestelar” e fez a incrível primeira temporada de “True Detective”. Era uma fase sensacional de altíssimo nível. Dali em diante, porém, o McConaughey nunca mais acertou. 

Ao lado do Gus Van Sant, estrelou o fiasco “O Mar de Árvores”. “Ouro e Cobiça” e “Um Estado de Liberdade” ficaram pelo meio do caminho assim como “White Boy Rich” e “Magnatas do Crime”. Houve tempo ainda para filmes tenebrosos como “A Torre Negra” e “Calmaria”.  

Quem sabe uma nova temporada de “True Detective” para fazer iniciar outra boa fase do Matthew McConaughey? Aposto que ninguém reclamaria. 

ANNE HATHAWAY

Por mais que eu ame a Anne Hathaway, não tem como ela ficar fora da lista. Infelizmente, a carreira da estrela após a conquista em Melhor Atriz Coadjuvante por “Os Miseráveis”, no Oscar 2013, os filmes que ela protagonizou não são nada animadores. 

Teve de tudo: comédias simpáticas como “Um Senhor Estagiário”, animações bobinhas como “Rio”, filmes decepcionantes como “Oito Mulheres e um Segredo”, “A Última Coisa que Ele Queria” e “O Preço da Verdade”. Mas, o que não faltou mesmo foram bombas, entre elas, “Colossal”, “Alice Através do Espelho”, “Convenção das Bruxas” e “Locked Down”.  

Como a esperança é a última que morre, “Armageddon Time” pode ter acendido a luz no fim do túnel para a Anne Hathaway.  

RUSSELL CROWE

Quem viveu o início dos anos 2000 sabe muito bem o tamanho que o Russell Crowe atingiu naquele período. Era o astro do momento com grande prestígio junto ao público, à crítica e a indústria. 

A prova disso foi ele quase ter alcançado o recorde do Spencer Tracy e Tom Hanks de vencer duas vezes consecutivamente o Oscar de Melhor Ator por “Gladiador” e “Um Mente Brilhante”. Venceu apenas pelo épico do Ridley Scott. Tudo apontava que a segunda, terceira, quarta estatueta viriam com o tempo e “Mestre dos Mares” aumentou esta sensação. 

Dali em diante, entretanto, o Russell Crowe praticamente não acertou mais nada. “A Luta pela Esperança”, “Um Bom Ano” e “Rede de Mentiras” não cumpriram toda a expectativa que geraram. Já em “O Gângster”, o Denzel Washington engoliu o filme todo. A melhor produção dele neste período foi o pouco lembrado “Intrigas de Estado”. 

Se “Robin Hood” está na galeria dos piores trabalhos da carreira do Ridley Scott, “Os Miseráveis” mostrou que o Russell Crowe para cantar é um pouco sem ritmo. Já “Noé” foi um dos últimos trabalhos dele antes de entrar em uma fase mais leve em que parece que cansou de ser levado tão a sério. Nesta leva estão filmes como “Dois Caras Legais”, “A Múmia”, “Fúria Incontrolável”, “Thor: Amor e Trovão” e o recente “O Exorcista do Papa”. 

HILARY SWANK

Esse próximo caso é surreal: como uma atriz duas vezes vencedora do Oscar não consegue participar ou ser chamada de produções melhores? 

Após vencer por “Menina de Ouro”, a Hilary Swank chegou a emplacar três produções importantes entre 2006 e 2007: “Dália Negra”, do genial Brian De Palma, o sucesso “P.S Eu Te Amo”, e o drama “Escritores da Liberdade”. Depois disso, somente a cinebiografia “Amelia”, divertido “Roubo em Família”, do Steven Soderbergh, em que é coadjuvante, e o ótimo “Dívida de Honra” saíram do comum. 

Por outro lado, sobraram filmes que quase ninguém lembra ou viu: dá para citar, “Mary e Martha”, “55 Passos”, “Tudo o que Tivemos” e “Fatale”. Nas séries, a Hilary Swank estrelou “Away” na Netflix que foi cancelada na primeira temporada.  

Um caso típico de uma estrela que, por não se encaixar no padrão, acaba injustamente perdendo espaço na indústria. 

GEORGE CLOONEY

tudo pelo poder george clooney

Para fechar, eis um caso curioso de um astro com muito prestígio que até teve uma carreira boa depois do Oscar, mas, que, está devendo faz muito tempo. 

Após viver altos e baixos em Hollywood nos anos 1990, o George Clooney teve seu momento de glória no início do século seja ao protagonizar o hit “Onze Homens e um Segredo”, seja ao obter prestígio junto à crítica e ao próprio Oscar com “Boa Noite, Boa Sorte”. Na mesma época, o confuso “Syriana” rendeu a ele uma estatueta de ator coadjuvante em meio a um período de muito carinho na indústria. 

Dá para dizer que até “Gravidade”, o George Clooney estava indo muito bem. Afinal, não dá para reclamar da carreira de um ator que participa de “Conduta de Risco”, “Queime Depois de Ler”, “Amor sem Escalas”, “Os Descendentes” e “Tudo Pelo Poder”. 

De 2014 para cá, entretanto, o George Clooney anda com projetos bem ruins. 

Na direção, o astro tropeçou em todos os seus últimos filmes: foi assim com a comédia nada engraçada “Caçadores de Obras-Primas”, “Suburbicon”, um wannabe dos Coen sem a ironia da dupla, o sonolento “O Céu da Meia-Noite” e “Bar, Doce Lar”, um obra que não simplesmente não diz a que veio. 

Como ator, apesar de “Tomorrowland”, o Clooney se saiu melhor com o divertido “Jogo do Dinheiro” e o simpático “Ingresso Para o Paraíso”, sempre em dobradinha com a Julia Roberts com que ele se dá muito bem em cima. 

Ainda assim, é pouco para toda a badalação que cerca o George Clooney a cada novo projeto. E esta fase bem fraca já dura quase 10 anos, logo, fica a dúvida: aquele período do auge foi apenas uma exceção ou essa é a média dele como ator e diretor?