Caio Pimenta traça paralelos entre a disputa do Oscar 2022 com corridas aos prêmios das principais categorias realizadas neste século.

ATOR COADJUVANTE 

Neste ano, o Oscar de Ator Coadjuvante está entre Kodi Smit-McPhee, de “Ataque dos Cães”, e Troy Kotsur, por “Coda”.

Mesmo com o ligeiro favoritismo do primeiro, também não dá para deixar de fora o Ciáran Hinds, de “Belfast”.  

Três atores duelando pela estatueta não é um cenário inédito na categoria. 

Brad Pitt, por “Era uma vez em Hollywood”, e a dupla de “O Irlandês”, Al Pacino e Joe Pesci, chegaram com chances de ganhar o Oscar em 2020. Melhor sorte para o eterno galã.

Já 2016, viu uma acirrada disputa entre o Sylvester Stallone e seu clássico Rocky Balboa, de “Creed”, Mark Ruffalo, do premiado “Spotlight”, e o ganhador Mark Rylance, por “Ponte dos Espiões”.

Em 2003, deu Chris Cooper, de “Adaptação”, para cima do Ed Harris, por “As Horas”, e o Christopher Walken, de “Prenda-me Se For Capaz”. 

Poderia também citar as corridas de 2007 e 2013 vencidas pelo Alan Arkin e Christoph Waltz, porém, ali todo mundo tinha chances de ganhar. 

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE 

A disputa de Melhor Atriz Coadjuvante no Oscar 2022 traz uma franca favorita: Ariana DeBose, de “Amor, Sublime Amor”.

Porém, ela não pode bobear, afinal, no retrovisor, aparece a Kirsten Dunst, do queridinho “Ataque dos Cães”.

Esse cenário já foi três vezes na categoria neste século. 

Em 2005, a Cate Blanchett chegava com tudo para levar o primeiro Oscar da carreira interpretando a fantástica Katharine Hepburn em “O Aviador”.

Apesar disso, ela tinha como rival o desempenho excelente de Natalie Portman no já clássico “Closer”.

Onze anos depois, a Alicia Vikander, por “A Garota Dinamarquesa”, também aparecia na posição de frontrunner ainda que ameaçada por Kate Winslet, de “Steve Jobs”.

O desempenho do longa do Danny Boyle, entretanto, minou as chances da estrela obter a segunda estatueta.

Já em 2020, Laura Dern, de “História de um Casamento”, era vista como imbatível, mas, precisou ficar atenta com a Scarlett Johansson, por “Jojo Rabbit”, vivendo um grande ano.  

No fim das contas, todas elas confirmaram suas vitórias e isso tende a acontecer com a Ariana DeBose. 

MELHOR ATRIZ 

Falando em categoria que todo mundo pode ganhar, eis Melhor Atriz. Nem mesmo a Jessica Chastain eu descarto. 

Isso não chega a ser uma novidade: basta lembrar a corrida do ano passado vencida pela Frances McDormand, por “Nomadland”, em que até o final Carey Mulligan, Vanessa Kirby, Andra Day e Viola Davis tiveram chances.

Em 2010, o nível nada excepcional das indicadas permitiu a Gabourey Sibide, de “Preciosa”, Carey Mulligan, por “Educação” e a Meryl Streep, por “Julie & Julia”, sonharem com a estatueta que terminou nas mãos da Sandra Bullock, de “Um Sonho Possível”.

Já em 2002, tivemos uma competição pesada com Judi Dench, por “Iris”, Nicole Kidman, de “Moulin Rouge”, Sissy Spacek, por “Entre Quatro Paredes”.

A estatueta, entretanto, ficou com Halle Berry e sua histórica vitória por “A Última Ceia”. 

MELHOR ATOR 

o pianista filmes sobre racismo questão racial

Exceto pelo Javier Bardem, Melhor Ator pode dar qualquer resultado – ainda que tenhamos dois favoritos destacados, no caso, Will Smith, por “King Richard”, e o Benedict Cumbertbatch, por “Ataque dos Cães”. 

Em 2003, tivemos uma disputa aberta concentrada em Daniel Day-Lewis, por “Gangues de Nova York”, e o Adrien Brody, por “O Pianista”, com possibilidades remotas para o Nicolas Cage, de “Adaptação”, e Jack Nicholson, por “As Confissões de Schmidt”.

Já em 2014, Matthew McConaughey, por “Clube de Compras Dallas” tinha favoritismo ainda que o Leonardo DiCaprio, de “O Lobo de Wall Street” estivesse forte seguido mais de atrás pelo Chiwetel Ejiofor, do ganhador do Oscar “12 Anos de Escravidão”.

Por fim, em 2019, Rami Malek, de “Bohemian Rhapsody”, duelou contra o Christian Bale, de “Vice”, sendo acompanhados de perto pelo Bradley Cooper, por “Nasce uma Estrela”. 

MELHOR DIREÇÃO 


A Jane Campion tem tudo e mais um pouco para se tornar a terceira mulher a vencer Melhor Direção. E isso mesmo enfrentando aquele que, na teoria, deveria ser o rival direto, no caso, o Kenneth Branagh, por “Belfast”.
 

Foi o caso da Chloe Zhao, de “Nomadland”, que não tomou conhecimento do David Fincher, de “Mank”, para vencer o prêmio.

Em 2017, o Damien Chazelle, por “La La Land” liderou a temporada de ponta a ponta mesmo com a presença do Barry Jenkins, de “Moonlight”.

Três anos antes, o Alfonso Cuáron, de “Gravidade”, passou por cima do Steve McQueen, de “12 Anos de Escravidão”.

Em 2009, novamente o Fincher, agora, por “Benjamin Button”, não viu a cor da bola ao ser derrotado pelo Danny Boyle, de “Quem Quer um Milionário?”.  

MELHOR FILME 

Em Melhor Filme, “Ataque dos Cães” também dispara para ser o grande ganhador do Oscar em cima de um rival que caiu pelas tabelas durante a temporada. 

Em 2007, “Os Infiltrados” aproveitou o clima favorável a Martin Scorsese para levar o prêmio máximo quase sem adversários, especialmente, após “Babel” perder força.

Dois anos depois, “Quem Quer Ser um Milionário?” superou com facilidade “O Curioso Caso de Benjamin Button”, fantasia dirigida por David Fincher que naufragou.

Em 2021, filme repetido: Fincher sem empolgar com “Mank” e vitória tranquila de “Nomadland”.