Caio Pimenta faz previsões para os indicados ao Oscar 2023 nas categorias de curtas, categorias técnicas, roteiros e atuações masculinas.

CURTAS-METRAGENS

Começo com as três categorias de curtas-metragens. São sempre imprevisíveis, pois, infelizmente, a circulação dos candidatos é bastante limitada, logo, muitas vezes, vira um tiro no escuro. Ainda assim, é possível arriscar palpites com base na repercussão na mídia norte-americana e prêmios em festivais mundo afora.  

Melhor Curta de Documentário

  • “The Elephant Whisperers” 
  • “The Flagmakers” 
  • “Nuisance Bear” 
  • “How Do You Measure a Year?” 
  • “38 at the Garden” 

Melhor Curta de Ficção

  • “Le Pupille” 
  • “An Irish Goodbye” 
  • “The Red Suitcaise” 
  • “Warsha” 
  • “Sideral” 

Admito que aqui vai uma torcida sim. O cinema brasileiro está merecendo uma indicação ao Oscar para calar a boca de muito desocupado por aí. 

Melhor Curta de Animação 

  • “O Menino, A Toupeira, A Raposa e o Cavalo” 
  • “New Moon” 
  • “The Flying Sailor” 
  • “Save Ralph” 
  • “An Ostrich Told Me the World Is Fake and I Think I Believe It” 

CATEGORIAS TÉCNICAS 

A primeira parte das previsões para as categorias técnicas ao Oscar 2023 tem início com Melhores Efeitos Visuais. Como não poderia deixar de ser, não faltam blockbusters.

Melhor Efeitos Visuais

Com Grandes Chances: “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, “Jurassic World: Domínio”
Azarões: “Não, Não Olhe” 

Ganhador do Critics Choice, indicado ao Bafta e ao sindicato da categoria, “Avatar: O Caminho da Água” é o favorito absoluto em efeitos visuais. Praticamente impossível dar outro resultado que não seja a ficção científica do James Cameron.

“Wakanda Forever” e “Batman” serão os representantes das adaptações em HQs, enquanto “Top Gun: Maverick” começa a empilhar nomeações. “Nada de Novo no Front” completa o time. 

Quem corre mais risco é o drama de guerra alemão, podendo perder a vaga para “Doutor Estranho” e “Jurassic World: Domínio”.

Azarão total, mas, que seria bem-vindo é “Não, Não Olhe”. 

Melhor Som

Com Grandes Chances: “Babilônia”, “Batman”
Azarão: “Wakanda Forever” 

 Já em Melhor Som, o favoritismo inverte de lado. 

“Top Gun: Maverick” tem tudo para ganhar o Oscar da categoria. Caso se confirme, será a segunda estatueta dos Marks Taylor e Weingarten.

“Nada de Novo no Front”, “Avatar: O Caminho da Água”, “Elvis” e “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” serão os demais indicados. 

“Babilônia” e “Batman” também chegam com chances – diga-se de passagem, uma esnobada absurda caso o Homem-Morcego não esteja entre os finalistas. Já “Wakanda Forever” é o azarão. 

Melhor Maquiagem e Penteado

  • A Baleia 
  • Elvis 
  • Batman 
  • Babilônia 
  • Nada de Novo no Front

Com Grandes Chances: “Wakanda Forever”, “Blonde”
Azarões: “Crimes do Futuro”, “Amsterdam” 

Em Melhor Maquiagem e Penteado, impossível “A Baleia” e “Elvis”, principais favoritos, de ficarem de fora.

“Batman”, “Babilônia” e “Nada de Novo no Front” devem completar a lista. O drama de guerra, entretanto, precisa ficar de olho, pois, “Wakanda Forever”, “Blonde” e até “Amsterdam” podem surpreender. 

Já “Crimes do Futuro”, infelizmente, é azarão completo.

Melhor Figurino

Com Grandes Chances: “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, “Os Fabelmans”, “A Mulher Rei”
Azarões: “Glass Onion” 

Em Melhor Figurino, eu aposto em candidatos mais fora do radar da temporada. 

O austríaco “Corsage” será uma das maiores surpresas das indicações junto com “Sra. Harris Vai a Paris”.

Ambos são dramas de época, sendo o primeiro em um estilo mais clássico e o segundo adotando o tema da moda como ponto central da trama. A Academia deve prestigiá-los.  

A estatueta, entretanto, será disputada mesmo por “Elvis” com a tetracampeã do Oscar, Catherine Martin, “Babilônia” com Mary Zophres em busca da primeira vitória e, por fim, “Wakanda Forever” e a tentativa da Ruth E. Carter, vencedora com “Pantera Negra”. 

Caso a Academia não queira saber de “Corsage” e “Sra Harris”, o Oscar pode ficar na zona de conforto com “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, “Os Fabelmans” e “A Mulher Rei”. 

Melhor Design de Produção 

  • Wakanda Forever 
  • Avatar: O Caminho da Água 
  • Elvis 
  • Babilônia 
  • Os Fabelmans 

Com Grandes Chances: “Nada de Novo no Front”, “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”
Azarões: “Pinóquio”, “Batman”, “Glass Onion” 

Por fim, vamos a Design de Produção. 

Como costuma ser, teremos de um lado os filmes de fantasia, aqui, representados por “Wakanda Forever” e “Avatar: O Caminho da Água”, enquanto o grupo dos longas de época fica com “Elvis”, “Babilônia”, ganhador do Critics Choice, e “Os Fabelmans”.  

Enquanto “Nada de Novo no Front” e “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” chegam com chances de surpreender, “Pinóquio”, “Batman” e “Glass Onion” são azarões. 

ROTEIROS 

Melhor Roteiro Adaptado 

Pode Surpreender: “Nada de Novo no Front”, “Pinóquio”, “Até os Ossos”
Azarão: “Ruído Branco” 

As categorias de roteiro no Oscar 2023 estão bem desbalanceadas: os originais reservam os principais candidatos da temporada, enquanto os adaptados trazem produções que não avançaram tanto quanto se imaginava. 

Em Roteiro Adaptado, “Entre Mulheres” chega com um pequeno favoritismo. Isso mais pelo prestígio da Sarah Polley e da provável esnobada dela em Direção. Seria também a maior vitória possível do decepcionante candidato da MGM.

Crescendo na reta final, “A Baleia” chega para se consolidar entre os indicados, o que impulsionaria a carreira do Samuel D. Hunter, afinal, o drama com o Brendan Fraser é o trabalho de estreia dele em longas. 

Depois de ser nomeado por “Entre Facas e Segredos”, o Rian Johnson provavelmente repete a dose com “Glass Onion”. Já Rebecca Lenkiewicz chegará ao Oscar com “Ela Disse”. Será a primeira indicação da roteirista dos excelentes “Ida” e “Desobediência”. Por fim, o prêmio Nobel de Literatura Kazuo Ishiguro estará na festa da Academia com “Living”, adaptação do clássico de Akira Kurosawa. 

“Nada de Novo no Front” corre por fora e pode chegar pela força das demais nomeações. Acho, porém, que os roteiristas não irão tão longe assim. “Pinóquio” e “Até os Ossos” seriam outros candidatos surpreendentes, enquanto “Ruído Branco” depende de uma boa vontade monstra da Academia para com o Noah Baumbach. 

Melhor Roteiro Original

  • “Os Banshees de Inisherin” 
  • “Os Fabelmans” 
  • “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” 
  • “TÁR” 
  • “Aftersun”

Com Grandes Chances: “O Triângulo da Tristeza”, “Babilônia”
Azarões: “O Menu”, “Decisão de Partir”, “Elvis” 

A categoria de Roteiro Original deve repetir Melhor Direção: o Martin McDonagh favorito com “Os Banshees de Inisherin”, Todd Field em “TÁR”, os Daniels com “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” e o Steven Spielberg com “Os Fabelmans” ao lado do Tony Kushner. A intrusa será a Charlotte Wells e seu elogiado “Aftersun”. 

O drama com o Paul Mescal, entretanto, terá forte concorrência, pois, o Ruben Östlund tem, talvez, a única chance de aparecer no Oscar aqui com “O Triângulo da Tristeza”.

Dependendo de como será a recepção a “Babilônia”, não duvide de Damien Chazelle. Seria a terceira indicação dele na categoria após “Whiplash” e ‘La La Land”. 

“O Menu”, “Decisão de Partir” e “Elvis” surgem como azarões. 

ATUAÇÕES MASCULINAS 

Melhor Ator Coadjuvante 

  • Ke Huy Quan por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” 
  • Brendan Gleeson, por “Os Banshees de Inisherin” 
  • Barry Keoghan, por “Os Banshees de Inisherin” 
  • Paul Dano, por “Os Fabelmans” 
  • Brad Pitt, por “Babilônia”

Com Grandes Chances: Eddie Redmayne, por ‘O Enfermeiro da Noite”
Azarões: Judd Hirsch, por “Os Fabelmans”, Ben Whishaw, por “Entre Mulheres” e Brian Tyree Henry, por “A Passagem“, /, por “Os Fabelmans” 

Tanto melhor ator coadjuvante como atuação principal são quatro vagas certas para uma em aberto.  

“Os Banshees de Inisherin” repetirá o feito recente de “Judas e o Messias Negro” e “Três Anúncios Para um Crime” com dois nomeados em coadjuvante: aqui, no caso, Barry Keoghan e Brendan Gleeson. A nomeação ao SAG praticamente garantiu o Paul Dano, de “Os Fabelmans”, enquanto não hipótese na Terra capaz do Ke Huy Quan ficar de fora por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”. A última vaga deve ficar nas mãos do Brad Pitt, por “Babilônia”. 

Talvez seja uma torcida minha, mas, acho que haverá um surto de lucidez da Academia e o Eddie Redmayne, por “O Enfermeiro da Noite”, não será indicado. Claro, porém, que as chances dele aparecer entre os finalistas são altas. Correm por fora Ben Whishaw, por “Entre Mulheres”, Brian Tyree Henry, por “A Passagem, e o Judd Hirsch, por “Os Fabelmans”. 

Mas, não duvido que tenhamos uma surpresa imensa completamente fora do radar: David Lynch, por “Os Fabelmans”. Fica aqui um palpite despretensioso. 

Melhor Ator

  • Austin Butler, por “Elvis” 
  • Brendan Fraser, por “A Baleia” 
  • Colin Farrell, por “Os Banshees de Inisherin” 
  • Bill Nighy, por “Living” 
  • Hugh Jackman, por “Um Filho” 

Com Grandes Chances: Adam Sandler, por “Arremessando Alto” e Paul Mescal, por “Aftersun”
Azarões: Gabriel LaBelle, por “Os Fabelmans”, Jeremy Pope, por “The Inspection”, Tom Cruise, por “Top Gun” e Tom Hanks, por “O Pior Vizinho do Mundo”.

Como venho dizendo há meses, Colin Farrell, Brendan Fraser e Austin Butler estarão no Oscar de Melhor Ator. Presente em todos os prêmios até aqui, o Bill Nighy garantiu a quarta vaga. Minha aposta de último finalista será bem decepcionante: Hugh Jackman, por “Um Filho”. 

Esta escolha se dá pelo perfil do longa do Florian Zeller, o tradicional “filme de Oscar”. Ser o Hugh Jackman disparado o que tem de melhor em “Um Filho” o ajuda ainda mais. Apesar do Adam Sandler ter sido nomeado ao SAG e ser querido na indústria, não acredito que “Arremessando Alto” conquiste alas da Academia para além dos EUA.  

Apesar de querer muito, também não acredito no Paul Mescal: os britânicos vão emplacar três candidatos – Colin Farrell, Bill Nighy e o astro de “Aftersun”? Duvido muito.  

Gabriel LaBelle, por “Os Fabelmans”, e Jeremy Pope, por “The Inspection”, podem ser surpresas de última hora, mas, a vaga de ator jovem do ano parece preenchida pelo Austin Butler. Por fim, Tom Cruise, por “Top Gun” e Tom Hanks, por “O Pior Vizinho do Mundo”, nesta altura do campeonato, são improváveis demais.