MELHOR DIREÇÃO 

  1. Ryusuke Hamaguchi, por “Drive My Car” – 104 PONTOS 
  2. Charlotte Wells, por “Aftersun” – 90 PONTOS 
  3. Guillermo Del Toro – “Pinóquio” e “O Beco do Pesadelo”63 PONTOS 
  4. Paul Thomas Anderson, por “Licorice Pizza” 60 PONTOS 
  5. Jordan Peele, por “Não, Não Olhe”58 PONTOS 

Caio Pimenta

  1. Ryusuke Hamaguchi, por “Drive My Car” 
  2. S. S. Rajamouli, por “RRR 
  3. Charlotte Wells, por “Aftersun” 
  4. Jordan Peele, por “Não, Não Olhe” 
  5. Gabriel Martins, por “Marte Um 
  6. Sebastian Lelio, por “O Milagre 
  7. James Cameron, por “Avatar: O Caminho da Água 
  8. Guillermo del Toro, por “O Beco do Pesadelo” e “Pinóquio” 
  9. Jonas Poher Rasmussen, por “Flee” 
  10. Luca Guadagnino, por “Até os Ossos” 

Comentário 

São tantos os caminhos percorridos por Ryusuke Hamaguchi em “Drive my Car” que só resta aplaudi-lo no término tamanha a coesão e singeleza alcançada. Uma obra sobre luto e também seguir em frente. S. S. Rajamouli opera à perfeição um épico insano. Wells realiza um filme difícil relacionado às próprias memórias e sem uma trama propriamente dita. Isso não impede que “Aftersun” sensibilize e toque tantas pessoas com direito a um final comovente. Jordan Peele, novamente, ressignificando o cinema de terror, enquanto Gabriel Martins chega com a prosa mineira resistindo à barbárie com afeto e esperança. Se somos envolvidos pelas histórias, Sebastian Lelio demonstra isso neste subestimado drama disponível na Netflix. James Cameron, o Midas de Hollywood! Grande ano de Del Toro e Guadagnino na melhor forma. 

Camila Henriques 

  1. Charlotte Wells, por “Aftersun” 
  2. Joseph Kosinski, por “Top Gun: Maverick 
  3. Paul Thomas Anderson, por “Licorice Pizza” 
  4. James Cameron, por “Avatar: O Caminho da Água” 
  5. Guillermo del Toro, por “Pinóquio” 
  6. S. S. Rajamouli, por “RRR” 
  7. Céline Sciamma, por “Pequena Mamãe 
  8. Gabriel Martins, por “Marte Um” 
  9. Joachim Trier, por “A Pior Pessoa do Mundo 
  10. Jordan Peele, por “Não, Não Olhe”

Menções honrosas: Paul Schrader, por “O Contador de Cartas”, Pedro Almodóvar, por “Mães Paralelas”, Joel Coen, por “A Tragédia de Macbeth”. 

Comentário 

Charlotte Wells teve uma das grandes estreias dos últimos tempos, enquanto Paul Thomas Anderson, Jordan Peele, Céline Sciamma e Joachim Trier se firmaram como quatro dos principais nomes do cinema na atualidade. Joseph Kosinski, James Cameron, S.S. Rajamouli e a dupla Guillermo Del Toro e Mark Gustafson mostraram caminhos cada vez mais criativos para um cinema que precisa de respiro em meio a tanto filme sem graça de boneco (mas, convenhamos, Top Gun é um baita filme de boneco, porque nenhum boneco supera Tom Cruise). Em meio a tanta hipérbole, Gabriel Martins e seu “Marte Um” são um respiro de singeleza.  

Danilo Areosa

  1. Ryusuke Hamaguchi, por “Drive My Car” e “Roda do Destino” 
  2. Charlotte Wells, por “Aftersun” 
  3. Joachim Trier, por “A Pior Pessoa do Mundo” 
  4. Mikhael Hers, por “Noites de Paris”  
  5. James Gray, por “Armageddon Time” 
  6. Céline Sciamma, por “Pequena Mamãe” 
  7. Luca Guadagnino, por “Até os Ossos” 
  8. Jordan Peele, por “Não, Não Olhe!”  
  9. Gabriel Martins, por “Marte Um”  
  10. Sean Baker, por “Red Rocket 

Menções Honrosas: Eric Gravel, por “Contratempos”; Audrey Diwan, por “O Acontecimento”, Carolina Markowicz, por “Carvão”, Paul Thomas Anderson, por “Licorice Pizza” e Joseph Kosinki, por “Top Gun Maverick” 

Comentário 

2022 foi um belíssimo ano no campo da direção. Difícil não dar o prêmio de N.1 a Ryusuke Hamaguchi. O moço foi responsável pelos dois filmes mais bonitos e poéticos do ano. Não sou de colocar cineastas estreantes no top 5 de direção, mas se tornou difícil não ser fisgado emocionalmente por Charlotte Wells e suas imagens demolidoras na sua estreia cinematográfica. O cinema humanista se fez presente em olhares muito íntimos nas relações humanas através das lentes sensíveis de Joachim Trier (em seu melhor trabalho) e de Mikhael Hers, enquanto o ponto de vista social-realista com traços poéticos se fez presente nas ações fílmicas de Sean Baker e Gabriel Martins, ambos dando ótimo saltos na direção. Já os contextos familiares, entre pais e filhos, ganharam toques firmes e singelos nas mãos e olhos de James Gray e Céline Sciamma. Por fim, Luca Guadagnino e Jordan Peele captaram a estranheza dentro das particularidades cotidianas da vida. 

Gabriel Bravo de Lima 

  1. Ryusuke Hamaguchi, por “Drive My Car” 
  2. S. S. Rajamouli, por “RRR” 
  3. Paul Thomas Anderson, por “Licorice Pizza” 
  4. Gabriel Martins, por “Marte Um” 
  5. Matt Reeves, por “Batman 
  6. Pedro Costa, por “Vitalina Varela” 
  7. Charlotte Wells, por “Aftersun” 
  8. James Cameron, por “Avatar: O Caminho da Água” 
  9. Questlove, por “Summer of Soul 
  10. Fábio Leal, por “Seguindo Todos os Protocolos 

Comentário 

A condução precisa de Hamaguchi chega a ser assustadora. Seu maior mérito está em estabelecer o tom sóbrio dos personagens, junto aos atores, de uma forma que eles fiquem imersos dentro do plano, mas sem nunca perder seu protagonismo. Por outro lado, S.S Rajamouli está completamente interessado no externo, extraindo de seus atores o ápice de suas expressões e movimentos. 

Ivanildo Pereira 

  1. Julia Ducorneau, por “Titane 
  2. Jordan Peele, por “Não, Não Olhe” 
  3. Audrey Diwan, por “O Acontecimento” 
  4. Ryusuke Hamaguchi, por “Drive My Car” 
  5. Paul Thomas Anderson, por “Licorice Pizza”  
  6. Joseph Kosinski, por “Top Gun: Maverick” 
  7. Guillermo Del Toro e Mark Gustafson, por “Pinóquio” 
  8. David Cronenberg, por “Crimes do Futuro 
  9. Charlotte Wells, por “Aftersun” 
  10. Gabriel Martins, por “Marte Um” 

Menções honrosas: Ti West, por “X”; Apichatpong Weerasethakul, por “Memória”; Céline Sciamma, por “Pequena Mamãe”.   

Comentário 

O grupo de diretores que, a meu ver, fizeram os melhores filmes lançados no Brasil em 2022 ousaram fazer diferente, perseguiram projetos que queriam fazer há anos, e conseguiram simplesmente emocionar, e/ou provocar reflexão. Alguns trabalharam numa tela mais grandiosa, outros lançaram mão de pequenos recursos em histórias intimistas. Mas todos demonstraram domínio completo de suas narrativas e souberam o que queriam alcançar com seus filmes. 

Ducorneau, minha primeira escolha, é um jovem talento a que se acompanha com atenção, e em Titane ela cria uma obra simplesmente forte, inquietante e ao mesmo tempo com significado. Ela confia no poder das suas imagens e sons, e faz com que o espectador tenha uma jornada única. Por isso, na minha opinião foi a melhor diretora do ano.   

Lorenna Montenegro 

  1. Guillermo Del Toro e Mark Gustafson, por “Pinóquio” 
  2. Charlotte Wells, por “Aftersun” 
  3. Ninja Thyberg, por “Pleasure 
  4. Sebastian Lelio, por “O Milagre” 
  5. Céline Sciamma, por “Pequena Mamãe” 
  6. Ana Johann, por “A Mesma Parte de um Homem” 
  7. Mimi Cave, por “Fresh 
  8. Daniel Scheinert e Daniel Kwan, por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” 
  9. Mamoru Hosoda, por “Belle” 
  10. Ti West, por “X 

Comentário 

Del Toro é tudo o que Tim Burton deixou de ser um dia – e o mexicano supera o norte-americano com um universo fílmico muito rico e próprio. Com a sua versão de “Pinóquio”, ele cria pontes com seus outros filmes que falam da infância sob uma perspectiva dark e a marca do fascismo – “A Espinha do Diabo” e “O Labirinto do Fauno” – trazendo uma adaptação muito contemporânea da fábula do menino de madeira. E Charlotte Wells está ali em segundo lugar pelo tour de force empreendida em “Aftersun”. 

Lucas Lopes Aflitos 

  1. Daniel Scheinert e Daniel Kwan, por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo 
  2. Joel Coen, por “A Tragédia de Macbeth” 
  3. Ryusuke Hamaguchi, por “Drive My Car” 
  4. Edward Berger, por “Nada de Novo no Front 
  5. Santiago Mitre, por “Argentina, 1985 
  6. Paul Thomas Anderson, por “Licorice Pizza” 
  7. Ti West, por “X” 
  8. Gina Prince-Bythewood, por ‘A Mulher Rei 
  9. Joachim Trier, por “A Pior Pessoa do Mundo” 
  10. Lázaro Ramos, por “Medida Provisória 

Comentário 

2022, sem dúvidas, vai entrar para a história como um dos melhores anos da era recente do cinema. Devemos isso aos maestros máximos que colocam as produções nas telinhas e nas telonas: os/as diretores/as. Foi tanta gente boa que se destacou este ano – aliás, para o cinema brasileiro, só aplausos, um filme melhor que o outro. Claro que The Daniels não poderiam estar além do primeiro lugar. Ti West por “X” representa os bons filmes de terror e suspense lançados ano passado. A única mulher da lista (ano passado foram seis) Gina Prince em um grande filme, apesar dos pesares, em “Mulher Rei” e eu tenho minhas ressalvas quanto a “Medida Provisória” (deixa baixo!), mas não há como negar que foi uma boa estreia na direção de Lázaro Ramos. PTA em um filme longo que de tão bom parecia um curta. Mitre e Berger em seus respectivos filmes com sangue nos olhos e Trier demonstrando sua sensibilidade. 

Marcos Faria 

  1. Apichatpong Weerasethakul, por “Memória 
  2. James Cameron, por “Avatar: O Caminho da Água” 
  3. Paul Thomas Anderson, por “Licorice Pizza” 
  4. David Cronenberg, por “Crimes do Futuro” 
  5. George Miller, por “Era uma vez um Gênio 
  6. Jordan Peele, por “Não, Não Olhe” 
  7. Laís Bodanzky, por “A Viagem de Pedro 
  8. Gabriel Martins, por “Marte Um” 
  9. Richard Linklater, por “Apollo 10 ½ 
  10. Joseph Kosinski, por “Top Gun: Maverick” 

Comentário 

James Cameron está em segundo, mas talvez devesse mesmo ser o primeiro: o trabalho hercúleo que empreendeu em “Avatar” transparece por cada poro digital na tela. Em meio a tantos nomes inequivocamente singulares comandando blockbusters este ano – Cameron, mas também Peele e seu “Não! Não Olhe”, bem como a imaginação desvairada de George Miller em “Era Uma Vez Um Gênio” –, Kosinski teve o bom senso de sair do caminho e deixar Tom Cruise assumir o cockpit em “Top Gun”. Mas a experiência mais singular – e, no meu caso, transformadora – do ano é aquela proporcionada por Apichatpong em seu “Memória”. É filme pra sair do cinema com o cérebro zunindo. Está aí, aliás, um ponto em comum entre “Memória” e “Avatar”, curiosamente (e “Top Gun” também, diga-se de passagem): são todos filmes que chacoalham as cabeças e balançam as poltronas, cada um a seu modo. 

Pâmela Eurídice 

  1. Joachim Trier, por “A Pior Pessoa do Mundo” 
  2. Guillermo del Toro, por “Pinóquio” 
  3. Jordan Peele, por “Não, Não Olhe” 
  4. Charlotte Wells, por “Aftersun” 
  5. David Cronenberg, por “Crimes do Futuro” 
  6. Pedro Almodóvar, por “Mães Paralelas” 
  7. Audrey Diwan, por “O Acontecimento” 
  8. Ninja Thyberg, por “Pleasure” 
  9. Ryusuke Hamaguchi, por “Drive My Car” 
  10. Pawo Choyning Dorji, por “A Felicidade das Pequenas Coisas 

Comentário 

Genialidade e emoção são os dois critérios que escolhi para montar essa lista. Vejo novos olhares transpostos em narrativas inovadoras e, ainda que não façam rupturas, denunciam ao seu modo o fundamentalismo, racismo e patriarcado. Poucos diretores conseguiram transpor para a tela os infortúnios e incertezas que nos assombram como Joachim Trier o fez. Del Toro nos mostrou como ressignificar um conto e torná-lo mais profundo. Algo que Charlotte Wells, Audrey Diwan, Ryusuke Hamaguchi e Dorji fazem também, com tanta sensibilidade a ponto de nos incomodar, nos tocar e levar a reflexão. Peele e Ninja Thyberg trazem a denúncia e o olhar questionador, enquanto Cronenberg nos apresenta o seu futuro e Almodóvar nos entrega mais um ótimo novelão. 

——————————————————————————————————————————————————

COMO FUNCIONA O SISTEMA DE PONTUAÇÃO DO CINE SET:

Cada um dos críticos do Cine SET elege o seu ‘TOP 10’. Critério leva em conta filmes lançados nos cinemas, streaming ou televisão no Brasil entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2022.

Para cada lista, fizemos a pontuação:

1º lugar – 25 pontos

2º lugar – 18 pontos

3º lugar – 15 pontos

4º lugar – 12 pontos

5º lugar – 10 pontos

6º lugar – 8 pontos

7º lugar – 6 pontos

8º lugar – 4 pontos

9º lugar – 2 pontos

10º lugar – 1 ponto

Depois, tudo é somado e chegamos ao resultado final!